quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

PSDB decide obrigar voto pela reforma da Previdência

Geraldo AlckminNo mesmo dia em que o governo desistiu de tentar votar a reforma da Previdência neste ano, o PSDB, dono da terceira maior bancada na Câmara, decidiu orientar seus parlamentares a votarem a favor da proposta. 
A decisão, porém, não deve alterar significativamente o número de votos entre os deputados da sigla, uma vez que não há previsão de punição para quem descumprir a orientação da sigla.  Além do PSDB, PMDB e PTB já decidiram pela orientação pelo voto a favor da reforma, mas também sem prever punições aos dissidentes. 
“Isso (punição) não foi discutido nessa reunião. O partido toma uma decisão que, não sei se inédita, mas não usual, de fechamento de questão, deixando claríssima nossa posição favorável. Vamos fazer o convencimento para ter o maior número de votos. Esse não é o momento de discutirmos punição. Não está excluída punição, mas a nossa primeira tarefa é convencimento e está indo bem”, disse o governador Geraldo Alckmin, presidente da sigla. “Tomamos uma decisão praticamente unânime. Não teve nenhuma decisão contrária ao fechamento de questão em relação à reforma da Previdência. Nossa posição é clara.”
A decisão foi tomada em reunião da nova Executiva do PSDB, eleita no último sábado, 9. Também participaram do encontro 16 dos 46 deputados da sigla, incluindo o líder da bancada, Ricardo Tripoli (SP).
Confortáveis. Segundo o líder, com a decisão, alguns deputados se “sentirão mais confortáveis” para declarar o voto favorável à reforma da Previdência. “Não temos o número exato, mas digo que já ultrapassamos o número de 20 parlamentares favoráveis (à reforma da Previdência) e estamos rumando para 50% da bancada. Vamos ainda continuar”, disse ele. Pelo Placar da Previdência do Estado, dos 46 deputados da sigla, apenas 12 dizem ser favoráveis à proposta que muda as aposentadorias, enquanto outros 12 dizem que votarão contra.
Com a decisão do partido, quatro parlamentares que antes se diziam indecisos ou não declararam seus votos, segundo o levantamento feito pelo Estado, disseram nesta quarta-feira, 13, que votarão a favor, incluindo Tripoli.
“Não acredito que a PEC será pautada, nem que o PSDB desse 100% dos votos”, disse o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), contrário à proposta e líder do grupo autointitulado de cabeças-pretas, formado por deputados mais jovens: “Alckmin está no direito dele de tomar posição. Agora, eu tenho a minha opinião sobre a matéria”.
Embora Alckmin tenha afirmado que a decisão do partido se dá “sem ressalvas”, ou seja, independentemente do texto que deverá ser levado à votação na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que foi autorizado pelo presidente do partido a negociar com o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), uma regra de transição especial para servidores públicos que ingressaram na administração pública até 2003.
Créditos: Estadão

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