domingo, 8 de março de 2015

Vacina contra o ebola começa a ser testada

 A Guiné começou a testar a eficácia de uma vacina contra o ebola em uma das regiões do país mais afetadas pela doença, que causou mais de 9 mil mortes no mundo, anunciou nesta quinta-feira (5) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta vacinação voluntária constitui a "fase 3" dos testes clínicos que estão sendo realizados agora com a vacina VSV-ZEBOV, desenvolvida no Canadá.
Os primeiros testes do medicamento foram promissores para prevenir a infecção do vírus do ebola.
"Se a vacina for efetiva, será a primeira ferramenta preventiva da história contra o ebola", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado.
A vacinação com VSV-ZEBOV, cuja patente foi adquirida pela farmacêutica Merck, vai acontecer em uma zona da Guiné onde há uma maior incidência da doença. Outra vacina experimental, a Chade-EBO, da britânica GSK, também mostrou resultados promissores.
"A epidemia do ebola mostra sinais de retrocesso, mas não podemos baixar a guarda até que não haja nenhum caso", disse a diretora geral adjunta da OMS Marie-Paule Kieny, encarregada da pesquisa e luta contra o ebola da organização.
Vacina preventivaO objetivo desta vacinação voluntária com VSV-ZEBOV é por uma parte comprovar se é efetiva em pessoas que estiveram em contato com pessoas infectadas com o vírus e por outra ver se se transformam em um anel de proteção para impedir novos contágios. Além disso, será proposto vacinar o pessoal que atende os doentes na zona.
"Há mais de um ano estamos correndo contra o relógio para que a epidemia não se estenda", esclareceu Bertrand Draguez, diretor médico da Médicos Sem Fronteiras, ONG que participa do projeto em coordenação com as autoridades sanitárias guineanas e da Noruega.
Desde setembro de 2014, foram testadas duas vacinas contra o ebola em cerca de 15 países da África, Europa e América do Norte.
Segundo os dados mais recentes da OMS, 23.253 pessoas foram infectadas pelo vírus do ebola e 9.380 morreram durante esta epidemia, que começou em dezembro de 2013 em África Ocidental.
Após semanas de diminuição de novos casos, nas últimos dois houve um aumento, particularmente em Serra Leoa e na Guiné.
Na semana de 9 a 15 de fevereiro, em Serra Leoa foram registrados 74 novos casos, dos quais 45 ocorreram na capital, Freetown; e 52 na Guiné.
Créditos: WSCOM

Crianças com pais do mesmo sexo podem se tornar realidade dentro de dois anos

Bebês com dois pais biológicos do mesmo sexo estão próximos de se tornarem realidade. Uma pesquisa realizada na Universidade de Cambridge, Inglaterra, em parceria com o Wiezmann Institute, de Israel, demonstrou ser possível produzir células-tronco humanas a partir de células da pele.
No estudo, publicado na revista científica Cell, os pesquisadores documentaram como conseguiram criar células-tronco a partir de células já diferenciadas de humanos adultos. Desta forma, os cientistas acreditam que dentro de 2 anos a produção de gametas – e de bebês – possa ser feita em laboratório usando-se células diferenciadas. A descoberta abre as portas para que casais homoafetivos ou inférteis possam ter filhos biológicos, algo até então impossível.
Para Azim Surani, Professor da Universidade de Cambridge, que chefiou o estudo, este é o primeiro passo para a produção de gametas em laboratório.
“Nós tivemos sucesso no primeiro e mais importante passo deste processo, que foi demonstrar a possibilidade de criar estas células-tronco tronco humanas em estágio inicial in vitro”, afirmou em uma entrevista ao britânico Sunday Times.
Ele conta que o processo estudado foi capaz de “resetar” as células para um estágio pré-embrionário, sem mutações genéticas. Ou quase.
“Isso significa que a célula foi regenerada e resetada [sic], ou seja, enquanto as outras células do corpo sofreram a ação do tempo e contêm erros genéticos, essas não os possuem. Não podemos dizer que as mutações foram todas revertidas, mas a maioria delas não foram encontradas”, explica. Conforme o estudo detalha, a chave para a “reprogramação” das células humanas está num gene conhecido como SOX17, que havia sido deixado de lado nas pesquisas anteriores. 
A descoberta animou tanto ativistas de movimentos LGBTs quanto casais inférteis, uma vez que o estudo demonstrou a possibilidade desses casais terem filhos num futuro próximo. Outro detalhe que chama a atenção é o próprio currículo do professor Surani, que esteve envolvido nas pesquisas que levaram ao nascimento de Louise Brown, a primeira criança nascida após uma fertilização in vitro, em 1978.
A bagagem intelectual do Professor demonstra seu conhecimento e seu comprometimento com o assunto, o que atesta a confiabilidade dos resultados do estudo.
Além de Surani, outro especialista envolvido na pesquisa é Jacob Hanna, de Israel. Hanna já esteve envolvido em diversas outras pesquisas sobre células embrionárias e diferenciação celular, também com um extenso currículo acadêmico. Ele especula que dentro de 2 anos cientistas poderão trabalhar no desenvolvimento de gametas saudáveis que darão origem a bebês.
As contribuições do estudo também impactam a área de pesquisas voltadas para células-tronco. Com as novas descobertas, as pesquisas com células-tronco humanas devem acelerar e é possível que num futuro próximo elas sejam usadas para reparar tecidos de órgãos doentes.
Para os professores Martin Evans, laureado do Nobel de Medicina de 2007, e Robin Lovell-Badge, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Médica do Reino Unido, as conclusões deste estudo abrem ainda outras portas.
“[O estudo trouxe] uma nova explicação para um [elemento] da biologia humana”, diz Evans.
Já o Professor Robin vê novas possibilidades de estudo sobre o sistema reprodutor humano: “Isto [o estudo] será muito útil no desenvolvimento de espermas e óvulos, não somente como células germinativas, mas como células maduras. Isso será muito importante para entendermos as causas da infertilidade e para tratá-la”, afirma.
Apesar das boas expectativas em torno dos resultados e suas possíveis aplicações, os pesquisadores se mostram preocupados com as implicações éticas do estudo.
“Eu não sou a favor de criar seres humanos ‘em laboratório’ e as implicações sociais e éticas […] devem ser analisadas antes, mas estou muito confiante de que isso acontecerá e será muito relevante para qualquer um que perdeu sua fertilidade por causa de doenças”, afirmou Hanna.
Para David King, diretor da Human Genetics Alert, uma ONG dedicada à pesquisa e divulgação de implicações éticas da engenharia genética, as descobertas podem ter resultados não esperados e socialmente inaceitáveis.
“[Estou] preocupado que cientistas possam ver [a criação de células germinativas] como uma maneira conveniente para criarem bebês geneticamente manipulados.”
Mas para a felicidade de casais impossibilitados de terem filhos biológicos, é possível que resultados mais claros saiam em breve: o estudo completo está disponível gratuitamente no site da Revista Cell. Desta forma, mais pesquisadores da área poderão realizar estudos mais profundos sobre o assunto e, com algum tempo, desenvolverem técnicas para fertilização sem a necessidade da produção biológica de gametas.
Caso as expectativas se tornem realidade, serão necessárias algumas mudanças na legislação de alguns países para que a produção de gametas artificias possa ser feita em larga escala. Na última terça, um processo não menos polêmico, que permite a eliminação de defeitos mitocondriais – e dá origem a bebês com material genético de duas mães e um pai – foi aprovado pela Câmara dos Lordes, na Inglaterra, depois de ter passado, com uma pequena resistência, pela Câmara dos Comuns.
Assim, caso os anseios de Hanna confirmem-se, é provável que dentro de dois anos o Parlamento britânico esteja discutindo a legalidade de procedimentos laboratoriais para o desenvolvimento de gametas – e consequentemente, de bebês – a partir de outras células do corpo.
Créditos: Focando a Notícia

Sabesp demite funcionários e sindicato ameaça greve

A companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está executando um severo plano de demissões nos últimos meses. A ordem segue um acordo coletivo assinado em maio de 2014, prevendo a demissão de até 2% do efetivo total. O motivo, segundo a empresa, é a necessidade de enxugar a folha de pagamento, após a redução de arrecadação por conta da diminuição no fornecimento de água.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), de janeiro a fevereiro o governador Geraldo Alckmin demitiu cerca de 300 servidores. O diretor de comunicação do Sintaema, José Antônio Faggian, conta que na quinta-feira (5) foram mais de 20 dispensas e, nesta sexta (6), outros servidores seriam dispensados. Faggian acusa a empresa de estar demitindo desde o período eleitoral.
“Nesse período, em que é proibido por lei, foram demitidos cerca de 90 funcionários”, alerta Faggian.
O diretor criticou as demissões. Segundo ele, estão colocando na rua um corpo técnico experiente, que conhece o sistema e pode apresentar as soluções mais viáveis e imediatas para a crise.
“Estão demitindo justamente quem carrega o piano”, lamenta Faggian.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Urbanitários de Santos e Região (Sintius), Marquito Duarte, se a empresa demitisse metade dos assessores da presidência e diretorias, a economia poderia ser de R$ 6 a R$ 8 milhões, por ano.
“Seria uma economia muito maior que demitir trabalhador que ganha três ou quatro mil reais”, denuncia Duarte.
Duarte conta que o lucro líquido da empresa, entre 2005 e 2014, foi de aproximadamente R$ 12 bilhões, sendo que R$ 4 bilhões foram distribuídos entre os acionistas. O Estado de São Paulo detém 50% do controle acionário da Sabesp, 25% estão abertos na Bovespa e os outros 25% estão na Bolsa de Valores de Nova Iorque (EUA).
Em nota, a Sabesp informou que, entre 2002 a 2013, houve um aumento de 70% de produtividade na relação ligações de água e esgoto por empregado. Duarte contesta os dados e afirma que a companhia vem diminuindo, ano a ano, a força de trabalho. Segundo ele, de 16.978 servidores, em 2006, o número passou para 15.015, em 2013.
“Ou seja, uma redução de 11,56%, nesse período”, ressalta Duarte.
Faggian e Duarte informaram que a categoria se reunirá em assembleia, na terça-feira (10), quando será decidido pela indicação ou não de uma greve.
“Não é problema de pressão nas válvulas. Na prática, o governo está fechando os registros desde antes de assumir oficialmente o racionamento”, afirma Faggian.
 Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

sábado, 7 de março de 2015

Lista da Lava Jato tem dez senadores, 22 deputados e 16 políticos sem mandato

Dez senadores, 22 deputados, um lobista, um dirigente partidário e 16 políticos atualmente sem cargos – entre os quais dois condenados na Ação Penal 470 (a do mensalão); deles, quatro são ex-ministros, uma ex-governadora e 13 ex-deputados federais. Este é o resultado da lista tão esperada, que revela os nomes dos políticos citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em pedido de inquérito solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para posterior abertura de processo por envolvimento na Operação Lava Jato.
O total é de 49 nomes, quatro a mais do que o divulgado inicialmente. Isso porque dois senadores citados, Fernando Collor (PTB-AL) e Antonio Anastasia (PSDB-MG) – estão com inquéritos já instaurados – e em fase de encaminhamento de diligências, motivo pelo qual a PGR considerou que eles, embora, mencionados, já estavam com seus nomes no STF. Ambos, porém, são alvo de inquérito porque também foram citados em delação premiada por réus da Lava Jato. E os outros dois nomes são referentes ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano.

Senadores e deputados

Dos senadores, o número de citados terminou sendo maior do que se esperava. A lista destaca o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Benedito de Lira (PP-AL), Gladison Cameli (PP-AC), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR) – além dos já mencionados Collor e Anastasia.
Entre os deputados, o número de citados era esperado. O que causou surpresa foi a quantidade de parlamentares do PP que receberam propinas das empreiteiras que prestaram serviços à Petrobras, o que praticamente configura que a estatal foi a fonte de financiamento para a entrada dos candidatos pelo partido ao Congresso. Dos 21 deputados mencionados, 17 são do PP.
São estes: Simão Sessim (RJ), Arthur Lira (AL), José Otávio Germano (RS), Luiz Fernando Ramos Faria (MG), Neuson Meurer (PR), Eduardo da Fonte (PI), Carlos Magno Ramos (RO), Dilceu Sperafico (PR) e Jerônimo Pizzolotto Goergen (RS). Juntamente com João Sandes Junior (GO), José Afonso Ebert Hamm (RS), José Olímpio Silveira Moraes (SP), Lázaro Botelho Martins (TO), Luiz Carlos Heinze (RS), Renato Delmar Molling (RS), Roberto Pereira de Brito (BA) e Walmir Maranhão Cardoso (MA).
Entre os deputados peemedebistas, a lista inclui os nomes de Aníbal Ferreira Gomes (CE) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). São mencionados, ainda, os deputados petistas Vender Luiz dos Santos Loubet (MS) e José Mentor (SP).

Políticos sem mandato

Os políticos mencionados na relação que atualmente estão sem mandatos são a ex-governadora maranhense Roseana Sarney (PMDB-MA), os ex-deputados Pedro Corrêa Neto e Pedro Henry, ambos do PP, condenados na Ação Penal 470 e os ex-ministros Aguinaldo Ribeiro e Mário Negromonte, das Cidades, e Antonio Palocci, que ocupou a Fazenda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Casa Civil no início do primeiro governo de Dilma Rousseff.
Dos ex-deputados, foram citados Cândido Vaccarezza (PT-SP), Roberto Sérgio Coutinho Teixeira (PP-PE), Aline Corrêa (PP-SP), João Leão (PP-BA), Luiz Argolo (SDD-BA), José Linhares da Ponte – mais conhecido como Padre Zé Linhares (PP-CE), Renato Egídio Balestra (PP-GO) e Vilson Luiz Covatti (PP-RS).

21 inquéritos

No total, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos relacionados à Lava Jato, abriu 21 inquéritos, a partir da documentação recebida pelo procurador-geral da República. Nos documentos em que autorizou a divulgação dos nomes e a quebra do sigilo de Justiça dos processos, o magistrado afirmou que a instauração de inquéritos foi considerada cabível porque “existem indícios de ilicitude e não foram verificadas, do ponto de vista jurídico, ‘situações inibidoras do desencadeamento da investigação’".
Além dos pedidos de abertura de inquérito, o Ministério Público Federal pediu o arquivamento em outros sete casos, entre os quais os dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à Presidência da República, e Delcídio Amaral (PT-MS), e dos ex-deputados Alexandre Santos (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara.
Outros três – os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – tiveram parte das acusações arquivada, mas serão alvos de inquérito em relação a outra parte. 
O ministro Teori Zavascki afirmou nos documentos em que liberou os nomes dos políticos que "o modo como se desdobra a investigação e o juízo sobre a conveniência, a oportunidade ou a necessidade de diligências tendentes à convicção acusatória são atribuições exclusivas do procurador-geral da República", cabendo, portanto, ao STF, na fase investigatória, "controlar a legitimidade dos atos e procedimentos de coleta de provas".
Créditos: Rede Brasil Atual

O que se esconde atrás do ódio ao PT?

Ha um fato espantoso mas analiticamente explicável: o aumento do ódio e da raiva contra o PT. Esse fato vem revelar o outro lado da “cordialidade” do brasileiro, proposta por Sérgio Buarque de Holanda: do mesmo coração que nasce a acolhida calorosa, vem também a rejeição mais violenta. Ambas são “cordiais”: as duas caras passionais do brasileiro.
Esse ódio é induzido pela midia conservadora e por aqueles que na eleição não respeitaram rito democrático: ou se ganha ou se perde. Quem perde reconhece elegantemene a derrota e quem ganha mostra magnanimidade face ao derrotado. Mas não foi esse comportamento civilizado que triunfou. Ao contrário: os derrotados procuram por todos os modos deslegitimar a vitória e garantir uma reviravolta política que atenda a seu projeto, rejeitado pela maioria dos eleitores.
Para entender, nada melhor que visitar o notório historiador, José Honório Rodrigues que em seu clássico Conciliação e Reforma no BrasilI (1965) diz com palavras que parecem atuais:
“Os liberais no império, derrotados nas urnas e afastados do poder, foram se tornando além de indignados, intolerantes; construíram uma concepção conspiratória da história que considerava indispensável a intervenção do ódio, da intriga, da impiedade, do ressentimento, da intolerância, da intransigência, da indignação para o sucesso inesperado e imprevisto de suas forças minoritárias” (p. 11).
Esses grupos prolongam as velhas elites que da Colônia até hoje nunca mudaram seu ethos. Nas palavras do referido autor: “a maioria foi sempre alienada, antinacional e não contemporânea; nunca se reconciliou com o povo; negou seus direitos, arrasou suas vidas e logo que o viu crescer lhe negou, pouco a pouco, a aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence”(p.14 e 15). Hoje as elites econômicas abominam o povo. Só o aceitam fantasiado no carnaval.
Lamentavelmente, não lhes passa pela cabeça que “as maiores construções são fruto popular: a mestiçagem racial, que criava um tipo adaptado ao país; a mestiçavel cultural que criava uma síntese nova; a tolerância racial que evitou o descaminho dos caminhos; a tolerância religiosa que impossibiltou ou dificultou as perseguições da Inquisição; a expansão territorial, obra de mamelucos, pois o próprio Domingos Jorge Velho, devassador e incorporador do Piaui, não falava português; a integração psico-social pelo desrespeito aos preconceitos e pela criação do sentimento de solidariedade nacional; a integridade territorial; a unidade de língua e finalmente a opulência e a riqueza do Brasil que são fruto do trabalho do povo. E o que fez a liderança colonial (e posterior)? Não deu ao povo sequer os beneficios da saúde e da educação”(p. 31-32).
A que vêm estas citações? Elas reforçam um fato histórico inegável: com o PT, esses que eram considerados carvão no processo produtivo (Darcy Ribeiro), o rebutalho social, conseguiram, numa penosa trajetória, se organizar como poder social que se transformou em poder político no PT e conquistar o Estado com seus aparelhos. Apearam do poder as classes dominantes; não ocorreu simplesmente uma alternância  de poder mas uma troca de classe social, base para um outro tipo de política. Tal saga equivale a uma autêntica revolução social.
Isso é intolerável pelas classes poderosas que se acostumaram a fazer do Estado o seu lugar natural e de se apropiar privadamente dos bens públicos pelo famoso patrimonialismo, denunciado por Raymundo Faoro.
Por todos os modos e artimanhas querem ainda hoje voltar a ocupar esse lugar que julgam de direito seu. Seguramente, começam a dar-se conta de que, talvez, nunca mais terão condições históricas de refazer seu projeto de dominação/conciliação. Outro tipo de história política dará, finalmente, um destino diferente ao Brasil.
Para eles, o caminho das urnas se tornou inseguro pelo nível crítico alcançado por amplos estratos do povo que rejeitou seu projeto político de alinhamento neoliberal ao processo de globalização, como sócios dependentes e agregados. O caminho militar será hoje impossível dado o quadro mundial mudado. Cogitam com a esdrúxula possibilidade da judicialização da política, contando com aliados na Corte Suprema que nutrem semelhante ódio ao PT e sentem o mesmo desdém pelo povo.
Através deste expediente, poderiam lograr um impeachment da primeira mandatária da nação. É um caminho conflituoso pois a articulação nacional dos movimentos sociais tornaria arriscado este intento e talvez até inviabilizável.
O ódio contra o PT é menos contra PT do que contra o povo pobre que por causa do PT e de suas políticas sociais de inclusão, foi tirado do inferno da pobreza e da fome e está ocupando os lugares antes reservados às elites abastadas. Estas pensam em apenas fazer caridade, doar coisas, mas nunca fazer justiça social.
Antecipo-me aos críticos e aos moralistas: mas o PT não se corrompeu? Veja o mensalão? Veja a Petrobrás? Não defendo corruptos. Reconheço, lamento e rejeito os malfeitos cometidos por um punhado de dirigentes. Traíram mais de um milhão de filiados e principalmente botaram a perder os ideais de ética e de transparência. Mas nas bases e nos municípios – posso testemunhá-lo – vive-se um outro modo de fazer política, com participação popular, mostrando que um sonho tão generoso não se mata assim tão facilmente: o de um Brasil menos malvado. As classes dirigentes, por 500 anos, no dizer rude de Capistrano de Abreu, “castraram e recastraram, caparam e recaparam” o povo brasileiro. Há maior corrupção histórica do que esta? Voltaremos ao tema.
Por Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor brasileiro.
Créditos: Agencia PT

Bactéria mortal escapa de laboratório



As autoridades de Louisiana (EUA) informaram que as bactérias perigosas e potencialmente mortal escapou de um laboratório de alta segurança em um centro de pesquisa do país.
Segundo o jornal EUA Hoje, especialistas dizem que o "vazamento" da bactéria Burkholderia pseudomallei Centro Nacional de Primatas Research Tulane, localizado cerca de 80 km ao norte de New Orleans, não representa qualquer risco para a sociedade, mas a extensão da contaminação permanece desconhecido.
As bactérias, que se origina principalmente do sudeste da Ásia e norte da Austrália, pode ser transmitida aos seres humanos e animais por meio do contato com a água ou o solo contaminado. Foi classificado como "um agente de bioterrorismo potencial."
O incidente ocorreu provavelmente em novembro passado no centro, quando os cientistas estavam trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra a bactéria. As autoridades afirmam que a doença não tem sido detectado em instalação em terra ao ar livre. No entanto, quatro macacos mantidos em gaiolas ao ar livre foram infectados, e dois deles tiveram de ser sacrificados.
Além disso, um fiscal federal ficou doente depois de visitar as instalações, embora não esteja claro se ele foi exposto à bactéria antes de sua visita em uma de suas viagens ao exterior.(Por Russia Today ).
Créditos: Cubadebate

Dengue já matou 24 pessoas no estado de São Paulo em 2015

Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta sexta-feira (6) mostram que 24 pessoas morreram no estado de São Paulo por causa da dengue em 2015, número 380% maior do que as cinco mortes nas oito primeiras semanas epidemiológicas de 2014.
Os casos com sinais de alerta subiram 159%. O aumento das notificações de dengue foi de 697% - de 11.876 casos em 2014 para 94.623 em 2015.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou que os municípios paulistas que agora têm um aumento expressivo de dengue não "fizeram a lição de casa" para evitar a explosão de notificações e de mortes.
Segundo ele, a doença no estado evolui de forma diferente a do resto do país, onde, apesar do aumento de casos, há redução de casos graves e óbitos.

Chioro comparou os números com os resultados do país, onde as notificações subiram em menor proporção, de 73.135 para 174.676, aumento de 139%. Já os casos com sinais de alerta caíram 28%, de 771 para 555, e as mortes também tiveram redução, de 62 para 39.

Entre os municípios que não conseguiram evitar a explosão da dengue citados por Chioro está Catanduva. Lá, a taxa de infecção é de 5,6 mil a cada 100 mil habitantes, número bastante acima dos 300 por 100 mil usados como parâmetro para definir que há uma epidemia.
Chioro citou outras cidades em situação de epidemia, além de Catanduva: Sumaré tem 900 casos por 100 mil habitantes; Birigui, 525; Caraguatatuba, 424; São José do Rio Preto, 469; e Campinas, 405,2.

O prefeito Fernando Haddad esteve no evento com o ministro e lembrou que a cidade de São Paulo está abaixo da taxa considerada de epidemia, com 46 notificações por 100 mil habitantes.
Entre 4 de janeiro e 14 de fevereiro, 2.708 casos foram notificados e 563 foram confirmados autóctones (contraídos no município). No mesmo período do ano passado, foram 214 casos confirmados, aumento de 163%.

Durante o encontro, o ministro lembrou que os municípios ainda podem amenizar a situação se trabalharem melhor na prevenção e no manejo clínico. Ele afirma que a hidratação é uma das principais medidas no tratamento da dengue e que erram municípios que esperam a abertura de vagas em leitos para iniciar o tratamento.

Nesta sexta, o ministro vai se reunir com o secretário de estado da Saúde, David Uip, para ajustar ações contra a dengue que podem ser adotadas no estado, especialmente nos municípios em situação de epidemia.

Chioro comentou ainda que a crise hídrica pode ter contribuído para a explosão de casos em São Paulo, mas que não se pode "botar a culpa em São Pedro".
Ainda assim, o fato de o verão não ter acabado e de ainda existe um período de chuvas até abril, em meados do próximo mês é que deve ser alcançado o pico da dengue no país.
Créditos: Olhar Direto