A violência contra mulher, principal tema do 1º Encontro de Mulheres Camponesas do Brasil, que ocorre na capital federal, foi discutida ontem (19) em um painel com a participação de Ana Teresa Iamarino, diretora de Enfrentamento à Violência da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Ela conversou com as camponesas e explicou a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, publicada em 2011.
“Na explanação a gente abordou a política, o que está sendo feito pra enfrentar a violência contra as mulheres. Depois foi aberto o debate para as mulheres tirarem as suas dúvidas. Nesse momento, apareceram relatos de violência e colocações mais afirmativas nesse sentido, mas não só isso. Também apareceram muitas dúvidas sobre essas ações e como acessá-las”, disse.
Segundo Ana Teresa Iamarino também falou sobre o Fórum Nacional de Mulheres do Campo e da Floresta. O fórum ocorre periodicamente e reúne setores do governo federal envolvidos no tema. Dele, saem propostas de políticas de combate à violência às mulheres do campo. A última ação originada do fórum é a criação de unidades móveis, responsáveis por levar às mulheres que moram em locais de difícil acesso uma série de benefícios, tais como segurança, assistência psicossocial e saúde, para fins de encaminhamentos emergenciais.
As camponesas participaram ativamente do debate e também compartilharam opiniões e experiências sobre o tema. “O que eu pude perceber é que mais do que uma reunião de mulheres que sofrem violência e que precisam falar e serem ouvidas, havia aqui mulheres que trabalham com isso e são agentes multiplicadoras nas suas comunidades. São referência em suas comunidades para auxiliar as demais a enfrentar essa situação”, disse.
A acriana Maria José Castro achou a discussão sobre violência contra mulher bastante proveitosa. “Esse debate é muito importante, até porque aqui é a oportunidade da mulher expor o que acontece no dia a dia”. Para Maria José, as mulheres, camponesas ou não, precisam se unir para enfrentar o problema. “As mulheres, independentemente do movimento, têm que dar as mãos e se unir cada vez mais. Em qualquer lugar somos mulheres e queremos essa igualdade”. A paraense Maria do Socorro disse que na primeira vez que foi agredida pelo marido o abandonou. “A primeira vez que meu marido puxou meu cabelo, peguei minhas coisas e fui criar meus filhos sozinha”, declarou.
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