Para o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos do governo por 20 anos, joga a responsabilidade nas costas da classe trabalhadora. "Significa retirar direitos, diminuir salários, aumentar o desemprego. É uma forma de descarregar a crise na classe trabalhadora".
A declaração foi dada no sábado (8), em evento da Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes que reuniu líderes de movimentos sociais e acadêmicos para discutir a conjuntura política pós-golpe no país.
Para a professora de Ciências Sociais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Maria Carlotto, a PEC do congelamento deve aprofundar os problemas em áreas como saúde, infraestrutura e educação. "O impacto é abissal. O país vai ser absolutamente distinto do que nós conhecemos hoje se a PEC 241 for aprovada."
A professora ressalta que o governo já começou a cortar recursos das universidades federais. A UFABC, por exemplo, perdeu investimentos para a construção de novos campos, para a abertura de novos cursos e até verba de custeio para água, luz e telefone. Segundo Maria, se os repasses forem mantidos no patamares atuais, ainda que mantenha apenas o seu funcionamento mínimo, a UFABC corre o risco de fechar as portas a partir de agosto de 2017.
Para Stédile, a saída é a mobilização popular. "O espaço da burguesia para fazer a luta de classes é o Parlamento, o governo. O espaço da classe trabalhador, do povo, é a rua, são as praças, os teatros, enfim, aonde nós podemos ser maioria."
Créditos: Rede Brasil Atual
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