terça-feira, 23 de agosto de 2016

Financiamento de atletas olímpicos é ameaçado

Das 18 medalhas do Brasil, apenas o ouro do futebol e o bronze de Maicon Siqueira, do taekwondo, não receberam incentivo do bolsa atleta

Entre os 465 brasileiros classificados para os Jogos Olímpicos, 77% foram beneficiados pelo programa Bolsa Atleta, criado ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005.

Para muitos desses esportistas, a continuidade dos treinos está ameaçada, uma vez que o programa foi finalizado com os jogos e o ministro interino do esporte, Leonardo Picciani, interrompeu em junho um edital negociado pela presidenta eleita Dilma Rousseff que destinava R$ 150 milhões a modalidades olímpicas.

O lançamento do edital foi uma das últimas medidas da presidenta Dilma na área esportiva. Ricardo Leyser, ministro da pasta na época, havia declarado que o edital seria fundamental para o legado esportivo da Olimpíada, porque daria continuidade ao trabalho dos atletas e confederações esportivas.

O investimento do ciclo olímpico 2012-2016 foi de R$413 milhões, 126% maior do que para os jogos de Londres. Apenas em 2016, 6.152 atletas estiveram contemplados com investimento de R$ 80 milhões. Nos primeiros 10 anos, o programa bolsa atleta concedeu mais de 43 mil bolsas.

Entre os favorecidos pelo programa criado por Lula estão nomes como de Rafaela Silva, ouro no judô; Thiago Silva, ouro no salto com vara; Robson Conceição, ouro no boxe; além de Arthur Zanetti, prata nas argolas. Ainda há os medalhistas de bronze como Rafael Silva e Mayra Aguiar, também no judô; Poliana Okimoto na maratona 10km e Arthur Nory na ginástica artística no solo.

A suspensão do edital surpreendeu confederações esportivas e revoltou dirigentes. Na época, Ricardo de Moura, diretor-executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, questionou: “como estar focado numa reta final de preparação olímpica se não sei como minha confederação vai pagar suas contas daqui a alguns meses”?

Para Felipe Wu, prata no tiro esportivo, o programa Bolsa Atleta é fundamental para que os esportistas se mantenham no topo. “Recebi a última parcela prevista agora, mas espero que não termine. Faço um apelo para que mantenham. Todos os atletas gostariam muito que o benefício fosse renovado”, disse em entrevista ao jornal Extra.

O atual secretário de Esporte de Alto Rendimento, Luiz Lima, disse que irá discutir novas diretrizes apenas em outubro. Até lá, muitos atletas ficarão sem saber se terão condições de treinar para os próximos jogos olímpicos. Foto: EBC
Da Redação da Agência PT de Notícias

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