quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Dilma admite erros e pede união por democracia, 'o lado certo da História'

Dilma Rousseff
 Na esperada carta ao Senado Federal e ao povo brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff admitiu ter cometido erros em seu segundo mandato e reconheceu que, após seu afastamento, por estar mais perto da população e dos movimentos sociais, teve condições de assimilar e entender as críticas.
“Na jornada para me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho”, disse.
“Não devemos permitir que uma eventual ruptura da ordem democrática baseada no impeachment sem crime de responsabilidade fragilize nossa democracia, com o sacrifício dos direitos assegurados na Constituição de 1988. Unamos nossas forças e propósitos na defesa da democracia, o lado certo da História”, pediu a presidenta.
Segundo Dilma, seu retorno à presidência “significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política”.
Ela reafirmou o argumento de que seu afastamento carece de fundamentação jurídica. "A essa altura todos sabem que não cometi crime de responsabilidade, que não há razão legal para esse processo de impeachment, pois não há crime. Se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado", disse. "Jamais se encontrará na minha vida registro de desonestidade, covardia ou traição."
Ela voltou a propor “um claro compromisso com o plebiscito e pela reforma política” como soluções para o país voltar à normalidade. “Entendo que a solução para as crises política e econômica que enfrentamos passa pelo voto popular em eleições diretas. A democracia é o único caminho para a construção de um Pacto pela Unidade Nacional, o Desenvolvimento e a Justiça Social. É o único caminho para sairmos da crise.”
Dilma defendeu que a reforma política deve ser “ampla e profunda”. A superação da fragmentação dos partidos, a moralização do financiamento das campanhas eleitorais e o fortalecimento da fidelidade partidária dariam “mais poder aos eleitores”, afirmou.
Ela reafirmou o que chamou de “compromisso com o respeito integral à Constituição Cidadã de 1988”, destacando os direitos e garantias individuais e coletivos, as políticas sociais “que transformaram a vida de nossa população, assegurando oportunidades para todas as pessoas e valorizando a igualdade e a diversidade que deverão ser mantidas e renovadas”.
Entre os compromissos que assumiu, ela citou a criação de “mais e melhores empregos, fortalecer a saúde pública, ampliar o acesso e elevar a qualidade da educação, assegurar o direito à moradia e expandir a mobilidade urbana são investimentos prioritários para o Brasil”. Afirmou ainda que “todas as variáveis da economia e os instrumentos da política precisam ser canalizados para o País voltar a crescer e gerar empregos”.
Créditos: Rede Brasil Atual

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