Os parlamentares que se opõem ao texto do relator ficaram conhecidos ao longo dos trabalhos da Comissão como “bancada da Veja”. São os mesmos que barraram todas as tentativas de convocação de Policarpo Jr., apesar das muitas evidências, coletadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, de que o jornalista fazia parte do esquema criminoso do contraventor Carlos Cachoeira. Segundo as investigações, ora Policarpo produzia matérias favoráveis aos negócios do bicheiro, ora usava seus serviços para atacar os desafetos políticos da revista.
Com a pressão, Odair Cunha propôs, logo na abertura da sessão de hoje (22) da CPI, o adiamento da apresentação do documento para a próxima quinta-feira (29). Até lá pretende negociar com os líderes partidários possíveis alterações no texto. Se apresenta hoje, era grande a probabilidade de o relatório ser rejeitado pela maioria da comissão.
"O que apresentei ontem (quarta) é a posição do relator... Vou continuar perseguindo fazer um relatório que espelhe a maioria da comissão", disse o relator. "Se a gente conseguir estabelecer um parecer que seja da maioria da comissão (o atual texto) pode mudar".
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) é um dos parlamentares da base que atua para blindar Gurgel, Policarpo e a revista Veja, embora ele e outros se declarem “independentes”. Para ele, Cunha atendeu a setores do PT quando incluiu Gurgel e Policarpo no rol de denunciados. "O relatório tem de certa maneira um critério de vingança. Ele não é inteiro assim. Na parte da imprensa e do procurador-geral tem esse critério", disse Teixeira.
A oposição vai na mesma linha. Para o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), não há dúvidas em relação ao direcionamento partidário do relatório. "Sei que ele está constrangidamente atendendo uma determinação partidária. Esse relatório foi produzido pela Executiva do PT", atacou o tucano.
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