O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à rede portuguesa RTP que o entristece a situação econômica da Europa, sobretudo em países como Portugal, Alemanha e Grécia. Segundo Lula, a construção da União Europeia, consolidou a reconstrução do continente que sofreu os estragos da Segunda Guerra Mundial, é um patrimônio da humanidade e da democracia mundial.
Lula esteve nos país durante as comemorações da Revolução dos Cravos, de 25 de abril de 1974. Provocado a comentar a situação portuguesa, o ex-presidente se disse cauteloso para não cometer indelicadezas diplomáticas, mas criticou as políticas de austeridade e de cortes de gastos sociais determinadas pela chamada Troika – trio formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Afirmou que Portugal teve evidentes avanços econômicos nos últimos 40 anos, refletindo diretamente na qualidade de vida de sua população. E que essa conquistas estão ameaçadas em decorrência da irresponsabilidade do sistema financeiro internacional, que desencadeou a crise de 2008 que hoje afeta vários países.
Lula criticou ainda a falta de ousadia dos governos democraticamente eleitos. “A política foi terceirizada na Europa”, disse, referindo-se à subordinação dos chefes de Estado às decisões da Comissão Europeia. “Não adianta o presidente François Hollande terceirizar para seus representantes na Comissão Europeia as decisões, porque ele é que foi eleito para determinar os rumos políticos da França.”
O ex-presidente respondeu a perguntas sobre as manifestações recentes no Brasil, em meio às proximidades da Copa do Mundo. Defendeu que não se faz Copa do Mundo pensando em dinheiro, mas que se trata de um encontro de nações. Que os estádios são construídos com financiamentos, e que as demais obras de infraestrutura ficarão para o país, e não para a Fifa.
Comentou também que o “tempo vai se encarregar de mostrar que o mensalão teve "80% de decisão política e 20% de decisão jurídica" e que o processo foi “um massacre destinado a destruir a história do PT, e não conseguiu”.
Voltou ainda a rechaçar uma eventual candidatura à presidência e defendeu enfaticamente o governo e a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Disse que será um, grande cabo eleitoral e garantiu que ela vencerá. “Eu não preciso de ocupar um cargo político para demonstrar que tenho importância.” Acesse aqui a entrevista completa, de 38 minutos.
Créditos: Rede Brasil Atual
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