sábado, 19 de abril de 2014

Juiz condena grupo que lucrava com 'cura pela fé'

Objetos da cultura afro-brasileira foram queimadosO uso da 'cura pela fé' com finalidade de obter lucro foi alvo da justiça paraibana da cidade de Conceição, no Sertão do estado, distante 482 quilômetros de João Pessoa.
Esta semana, o juiz da Comarca do município, Antônio Eugênio, condenou um grupo formado por cinco pessoas lideradas por Ricardo de Oliveira, conhecido como 'Professor Saturno'. Além de condenar os réus, ele determinou que os objetos utilizados pelo grupo fossem incinerados.
A sentença condenou o grupo por formação de quadrilha, extorsão e falsificação de produtos terapêuticos. Professor Saturno teve pena de 15 anos de reclusão e os demais acusados, João Alves de Paula Filho, José Ferreira Xavier, Airon da Silva Gomes e Mauro Sérgio Medeiros de Assis, pegaram sete anos e quatro meses. A condenação dos réus, divulgada na segunda-feira (14) criou polêmica sobre dois temas no município: a questão do respeito aos cultos afro-brasileiros e o charlatanismo, através do uso da boa fé das pessoas para obtenção de lucro.
De acordo com a decisão do juiz paraibano, o réu agiu com dolo, ou seja, com intenção de enganar, e causou transtornos psicológicos às vítimas, pessoas humildes e de boa fé. O grupo foi detido durante uma operação das polícias Militar e Civil em 2007, quando foram apreendidos computadores, veículos e uma quantia de R$ 9.350. Segundo as investigações, os acusados agiam num local chamado de 'centro esotérico' e aplicariam golpes usando a cura pela fé.
A solução de todos os problemas, inclusive enfermidades, era prometida às pessoas, cujas consultas custavam R$ 50. Os chamados trabalhos espirituais, com o uso de ervas, banhos e velas, chegavam a custar até R$ 2 mil. O grupo divulgava os 'serviços espirituais' através de site na web, rádios, programa de televisão e telefone. O advogado dos réus, Joaquim Lopes, informou que o grupo irá recorrer da decisão judicial e os condenados aguardaram o julgamento em liberdade. Leia mais no Portal Correio.
Créditos: Portal Correio

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