A hipertensão (pressão alta), o tabagismo e a obesidade são os três mais preocupantes fatores de risco para a saúde global, causando 20 milhões de mortes por ano, afirma o Instituto para Métrica e Avaliação em Saúde (IHME). No Brasil, 545 mil mortes em um ano podem ser atribuídas a essas três causas.
Entre os dez fatores de risco mais abrangentes no planeta (veja lista abaixo), seis estão direta ou indiretamente relacionados à alimentação. Os números se referem a 2013, último para o qual o IHME compilou os dados. A pesquisa estima que 79 diferentes fatores de risco causaram a morte de 30 milhões de pessoas em 188 países analisados.
A hipertensão lidera o ranking dos fatores de risco desde 1990, mas seu impacto na mortalidade ainda cresceu 50% desde então. Em 2013, 10 milhões de mortes no planeta podem ser diretamente atribuídas a esse fator de risco, afirma o IHME. A lista difere um pouco entre as populações dos dois sexos, com o consumo de álcool e cigarro tendo um impacto maior entre homens.
A revista médica “The Lancet”, que publica nesta quinta os dados da pesquisa, destaca o fato de que a maioria dos fatores de risco listados entre os mais graves são problemas considerados “evitáveis”. Muitos são ligados a alimentação e drogas.
A combinação de 14 diferentes fatores de risco ligados à alimentação está por trás de doenças como derrames, diabetes e arterosclerose. Esses comportamentos estão ligados a 21% das mortes no planeta. O problema de dieta pode ser resumido como excesso no consumo de carne vermelha e bebidas adocicadas, associado ao baixo consumo de frutas, cereais integrais e verduras.
A lista global também se destaca por três dos dez maiores fatores de risco estarem associados a problemas respiratórios. O tabagismo e dois tipos de poluição são listados: a poluição atmosférica particulada geral e a poluição doméstica por uso de lenha e carvão e forno e lareiras. Juntos, esses três fatores são juntos responsáveis por mais de 10 milhões de mortes anuais.
Diferenças regionais continuam existindo na lista dos fatores de risco. Na Ásia, por exemplo, a poluição do ar doméstica por uso de lenha e carvão em fornos ainda é uma das principais causas de problemas respiratórios. Na África subsaariana, a desnutrição infantil ainda está entre os maiores problemas. Na América Latina como um todo, a obesidade já supera a hipertensão como principal fator de risco.
No Brasil, a lista é similar à do cenário global, mas a obesidade já supera o tabagismo. No país, os dez itens no topo da lista incluem dois elementos que não aparecem como fatores mais relevantes em países mais pobres: problemas renais e sedentarismo. Esses fatores substituíram a relevância de problemas como desnutrição infantil e poluição doméstica, que ainda estavam entre os dez mais preocupantes do país nos anos 1990.
O IHME também divulgou ontem o ranking dos principais fatores de risco levando em conta a chamada “esperança de vida saudável”, que calcula a expectativa de anos vividos sem sequelas, limitações ou incapacidades. Ao levar em conta esses fatores, problemas como água contaminada e o sexo desprotegido ainda aparecem entre os dez maiores fatores de risco à saúde, por seu impacto em países pobres.(G1).
Créditos: Focando a Notícia
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