A perspectiva de que a presidenta Dilma Rousseff seja afastada após a votação da abertura do processo de impeachment pelo Plenário do Senado Federal, na próxima semana, assusta os moradores da Caatinga. O maior temor é que os anos de desenvolvimento que a região Nordeste vivencia desde o início do governo Lula fiquem para trás. A presidenta visita nesta sexta (6) a segunda estação de bombeamento (EBI-2) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Cabrobró. Segundo o Ministério da Integração Nacional, 86,6% das obras nos dois eixos estão concluídas.
“Se a Dilma sair o medo que eu sinto é que a gente volte a sofrer como era antes”, conta Cícero Joaquim, agricultor de 61 anos, morador da região de Cabrobró, em Pernambuco. “Ninguém nunca se interessou pelo Nordeste”.
O mesmo sentimento angustia Maricleide Taveiro, dona de casa de 40 anos, moradora do Vila Produtiva Rural (VPR) Retiro, em Penaforte, no Ceará. Ela teme que a água, que está cada vez mais perto de sua casa, acabe não chegando. Maricleide vive de um poço artesiano perfurado pelo governo que tem a água dividida por todos os moradores. Aqui, eles estão sendo educados a não desperdiçar o líquido a que antigamente não tinham acesso. “Se ela não sair, a água tem tudo para chegar logo. Aqui pertinho tem um canal”, conta. “Já fizeram muito por nós. Se sair, não sei o que vai acontecer”.
Aline Santos, 18 anos, também é contra o afastamento da presidenta. Mas seus motivos são outros. Às vésperas de entrar numa faculdade, sabe que só concluiu o Ensino Médio por conta das escolas técnicas que surgiram na região nos últimos anos. “Olha, sou contra. Sabe a razão? Porque se não fosse por este governo eu nunca teria esta oportunidade” , acrescenta.
Sua mãe, Lucineide dos Santos Leite, que luta para criar um filho com deficiência auditiva, também sabe porque é contra a saída da presidenta. Graças a um curso no Pronatec ela conseguiu aprender a linguagem de libras para se comunicar com o menino. “Eu não quero que Dilma saia, como é que pode?! As pessoas não olham o lado da gente. Acho que o povo dos outros lugares não entende esta parte aqui. O Nordeste é muito sofrido”, argumenta.
Plantador de cebolas em Cabrobró e já beneficiado com parte da água que passa pelo canal, Joaquim Soares Neto, o Quinho de Bananal, 62 anos, acha que a presidenta está sofrendo uma injustiça. Para ele, a crise do Brasil está nas costas da oposição, porque não aprova os projetos de Dilma para o País voltar a crescer. “A oposição não se conforma porque foi derrotada nas urnas e quer tirar uma presidenta que trabalha em benefício da população mais pobre”, diz.
Créditos: Nossa Política
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