quarta-feira, 29 de junho de 2016

Vacinas contra Zika têm 100% de eficiência em camundongos

Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue, vírus zika e febre chikungunya
(Reuters) - Camundongos que receberam uma única dose de uma de duas vacinas experimentais contra o Zika foram completamente protegidos quando expostos ao vírus de um a dois meses mais tarde, em um sinal promissor de que as vacinas semelhantes em desenvolvimento para humanos podem proteger contra o Zika, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta terça-feira.
"Este é um primeiro passo encorajador no desenvolvimento de uma vacina contra o Zika e de testes pré-clínicos. Este novo modelo para rato deve ser útil para análise comparativa da grande variedade de candidatos a vacina que estão sendo desenvolvidos", disse o professor Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, que não realizou o estudo com camundongos, mas está desenvolvendo vacinas para Zika.
Separadamente, cientistas norte-americanos disseram que desenvolveram um modelo do Zika vírus para macacos. Os estudos avançam na luta contra o Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que se disseminou pelas Américas e Caribe desde o ano passado, e tem sido associado a milhares de casos de microcefalia, um defeito de nascença raro, no Brasil, bem como distúrbios neurológicos.
Em 1º de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o Zika uma emergência de saúde global. "Com doenças transmitidas por insetos picadores, como zika, medidas de quarentena padrão são inúteis, então parar um surto requer uma abordagem orientada para a vacina", disse o médico Derek Gatherer, um professor na divisão das ciências biomédicas e da vida na Universidade Lancaster, da Grã-Bretanha. 
No estudo com camundongos, publicado na revista Nature, a equipe liderada pelo doutor Dan Barouch, do Beth Israel Deaconess Medical Center e da Harvard Medical School, testou duas vacinas candidatas diferentes em uma linhagem de camundongos que desenvolveu sintomas da Zika.
Uma das candidatas, uma vacina de DNA, foi desenvolvido por Barouch e colegas. Ela contém partes de material genético de uma cepa do vírus Zika do Brasil. A outra foi feita a partir de uma versão purificada, mas inativa, do Zika vírus de Porto Rico. Essa vacina foi desenvolvida por pesquisadores do Walter Reed Army Institute of Research em Silver Spring, Maryland.
Os camundongos que receberam qualquer um dos tipos de vacina foram 100 por cento protegidos de Zika após uma única dose. Ratinhos não vacinados que foram expostos ao vírus apresentaram todos os sintomas de Zika.
Ambos os tipos de vacinas --vacinas de DNA e vírus inativado-- foram desenvolvidos com sucesso para prevenir a infecção de vírus relacionados com o da zika, incluindo o Oeste do Nilo e a dengue.
A equipe também mostrou que os anticorpos retirados dos ratinhos imunizados podem ser usados para proteger outros ratinhos, não vacinados, oferecendo uma prova de que os anticorpos produzidos pelas vacinas eram específicos para Zika.
"Precisamos ser cautelosos sobre a extrapolação de dados de um modelo com rato em seres humanos", disse Barouch. Mas o fato de que as vacinas protegem os ratos protegidos e que os seus anticorpos protegida outros ratos de Zika era motivo para otimismo sobre o desenvolvimento de uma vacina Zika, disse. Foto: Marvin Recinos / AFP
Créditos: R7

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