A variedade de anomalias observadas em recém-nascidos e que podem ser causadas pelo vírus da zika aponta para a presença de “uma nova síndrome congênita”, segundo um grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A OMS estabeleceu um processo para definir o espectro desta síndrome. O processo se centra na elaboração de mapas e na análise de manifestações clínicas, incluindo anomalias neurológicas, auditivas, visuais e de outros tipos”, indicam os especialistas no editorial do boletim mensal da organização.
Os especialistas anteciparam que o alcance da síndrome se estenderá “conforme for disponível mais informações e houver um acompanhamento mais prolongado das crianças afetadas”. O aumento de casos de microcefalia e outras desordens neurológicas no nordeste do Brasil, assim como em outros lugares da América Latina, foi declarado há cinco meses como uma emergência internacional de saúde pública pela OMS.
Enquanto no Brasil há 1.489 casos de microcefalia reportados pelas autoridades, a OMS recebeu informação de três casos em Cabo Verde, sete na Colômbia, oito na Polinésia Francesa, dois em Martinica e quatro no Panamá. “Para propagação, é possível que milhares de bebês sofram incapacidades neurológicas de moderadas a severas”, segundo o artigo, que é assinado por cinco especialistas da OMS e dois de sua entidade regional, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Por esta razão, é preciso incluir uma população mais ampla do que simplesmente as crianças com microcefalia na vigilância rotineira e nos protocolos de pesquisa.O editorial também afirma que “a evidência existente e dados sem publicar” fazem patente que as anomalias congênitas são mais amplas do que inicialmente pensado.
“É necessário compartilhar os dados para definir a síndrome”, insistem os autores, que revelam que “a maior parte de dados relacionados com manifestações congênitas” da zika “seguem sem ser publicados”.Sobre as perspectivas, a análise antecipa que a emergência internacional sanitária desta situação é “diferente” das outras por suas consequências na saúde e seu impacto social a longo prazo.
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil chegou a 1.489 — 55 a mais que no último balanço do Ministério da Saúde. Ao todo, foram 7.723 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro, até 28 de maio. Segundo a pasta, 3.072 casos foram descartados e outros 3.162 casos ainda estão sendo investigados. Dos casos confirmados de microcefalia, 223 tiveram teste positivo para o vírus da zika – foram confirmados mais 15 casos desde o último balanço.
Foram registradas ainda 294 mortes suspeitas de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Destes, 63 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 192 continuam em investigação e 39 foram descartados.(G1).
Créditos: Focando a Notícia
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