Há cerca de 150 anos atrás, Marx afirmava que o sistema capitalista possui uma contradição intrínseca: enquanto os grandes capitalistas concentram cada vez mais capital, a grande massa de trabalhadores é jogada no desemprego e na miséria. Muitos economistas liberais já argumentaram que Marx estava errado, e que a concorrência capitalista proporcionaria cada vez mais melhora de vida dos trabalhadores. Mas a realidade insiste em afirmar Marx.
O capitalismo em crise joga cada vez mais trabalhadores e jovens na miséria extrema, enquanto algumas poucas famílias abastadas acumulam ainda mais riqueza. O número de brasileiros em situação de pobreza extrema subiu 11,2% entre 2016 e 2017, passando de 13,34 milhões para 14,83 milhões. Com isso, a porcentagem de pessoas nesta condição no país pulou de 6,5% para 7,2% de um ano para o outro. Os dados são de um estudo da LCA Consultores com base nos microdados da Pnad Contínua divulgados nesta quarta-feira (11) pelo IBGE.
É considerado em extrema pobreza aquele que ganha menos de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia ou 136 reais por mês. A referência de renda que define pobreza é do Banco Mundial e usa dólar em paridade de poder de compra, uma medida que equaliza o valor de bens e serviços nos diferentes países.
Se não bastasse, o governo Temer e seus aliados, querem descarregar ainda mais os efeitos da crise nas costas dos trabalhadores com os ajustes, reforma trabalhista e a reforma da previdência. Os capitalistas e seus serviçais no congresso querem que a população trabalhe até a morte.
O salario mínimo estipulado pelo DIEESE em março de 2018 foi estipulado no valor de R$ 3.706,44, ou seja, 3,84 vezes o salário mínimo nacional de R$ 954,00. Esse seria o salario para um trabalhador pudesse ter uma vida digna e manutenção de uma família de quatro pessoas, levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
A alta da pobreza aconteceu em todas as regiões brasileiras, indo de 2% na região Norte (1,95 milhão para 1,99 milhão de pessoas) a 24% na região Centro-Oeste (4,4 milhões para 5,5 milhões). O Nordeste, por exemplo, teve uma alta de 10,8% na pobreza extrema, um pouco abaixo da média nacional, mas concentra mais da metade das pessoas nestas condições.
Um verdadeiro caos social se instala nas grandes cidades e no interior com milhares de pessoas vivendo nas ruas, aumento da violência, do consumo de drogas e do tráfico. A miséria dos trabalhadores cresce cada vez mais e a juventude não tem perspectivas de estudo de qualidade e de emprego digno, vivendo dias de incerteza e angústia. Foto: Alexandre Brum / O Dia.
Créditos: Esquerda Diário
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