domingo, 17 de janeiro de 2016

Agricultores familiares da PB podem produzir até 105 t de algodão e lucrar R$ 252 mil





Chuvas deram novo ânimo para a produção do algodão
Agricultores familiares de diversos municípios da Paraíba, animados com a retomada do cultivo do algodão, principalmente depois do registro de chuvas em várias regiões, estão procurando a Emater em busca de mais informações sobre o Projeto Algodão Paraíba. Na quinta-feira (14), mais de 20 cotonicultores do município de Gurinhém, no Agreste do estado, a 75 km de João Pessoa, se reuniram para discutir a proposta de trabalho para o ano agrícola de 2016. 

No encontro, ficou definido que o Governo do Estado vai contemplar inicialmente 20 produtores, numa área de 70 hectares. Em condições ideais, segundo a Embrapa, um hectare pode produzir 1,5 tonelada de algodão que, com preço previsto para compra em torno de R$ 2,40 por quilo, pode gerar um lucro de R$ 252 mil na área cultivada.

A reunião ocorreu no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurinhém e contou com a participação do pesquisador da Emprapa/Algodão Dafran Gonçalves; do diretor técnico da Emater, Vlaminck Paiva Saraiva; do assessor estadual da cultura do algodão, José Joacy dos Santos; do extensionista rural Geogles Dantas, da Emater/Regional administrativa de Itabaiana, além de representantes de associações comunitárias e sindicatos rurais. Ficou definido que a área de 70 hectares cultivada, será dividida em 60 hectares de algodão branco da variedade 8H e 10 hectares de algodão colorido da variedade Safira.

Na ocasião, o diretor técnico da Emater, empresa integrante da Gestão Unificada Emepa/Interpa/Emater, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), fez uma explanação sobre a cadeia produtiva do algodão, explicando a importância da revitalização da cultura e também os custos de produção, que já tem garantidos venda, logística e preços, mediante contrato de compra e venda, a ser negociado entre agricultores e compradores. Foi discutida ainda a importância da revitalização do algodão colorido em Gurinhém, município detentor de solos e clima favoráveis à cultura.

Em seguida, o pesquisador da Embrapa fez apresentação sobre os índices técnicos da cultura do algodão e discutiu também com os agricultores, questões relacionadas aos tratos culturais, melhor época de plantio e colheita, além de noções sobre manejo integrado de pragas e doenças, com uso de biofertilizantes, priorizando a produção orgânica da cultura.

Os agricultores demonstraram interesse em formar um grupo de produção no município. No ano passado, segundo o assessor estadual da cultura do algodão, José Joacy, em Salgado de São Félix, pertencente à regional de Itabaiana, um campo de produção de algodão colorido produziu acima de 800 kg/hectare, mesmo com precipitação inferior a 200 mm/ano, enquanto outras culturas como milho, feijão e fava tiveram perdas de 100%.

O agricultor Orlando da Silva, da comunidade Boqueirão, disse que vai voltar a cultivar algodão depois de mais de dez anos sem executar a atividade por falta de estímulo. Ele, juntamente com mais cinco cotonicultores da localidade, vai plantar 10 hectares de algodão branco.

De acordo com o técnico Geogles Dantas, da região de Itabaina, a Emater tem incentivado a formação de grupos de produção por considerar a revitalização da cadeia do algodão colorido, em Salgado de São Félix e Gurinhém, importante economia destes municípios, principalmente pela aptidão do algodão. A região também conta com um centro de beneficiamento de algodão, localizado no Assentamento Maria Margarida Alves, em Juarez Távora, o que diminui consideravelmente os custos de produção.

A meta do Governo do Estado é implantar até 2018 o cultivo de cinco mil hectares de algodão branco e beneficiar 2.500 agricultores familiares de 170 municípios zoneados e com vocação para a cultura. Caberá à Emater a distribuição de sementes, a assistência técnica, a formação de grupos de cotonicultores para viabilização de aumento de área cultivada, além das orientações, desde o preparo de solo à comercialização.
Créditos: Portal Correio

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