sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Hipertensão é a maior causa de partos prematuros não espontâneos

Lorenzo nasceu com 935 gramas em Campinas (Foto: Jamile Fernanda Tomasetto Soster / Arquivo Pessoal)
A hipertensão nas gestantes é a causa de mais de 90% dos partos prematuros não espontâneos no Brasil, ou seja, aqueles que precisaram ser programados após indicação médica. A constatação foi feita por um estudo comandado pelo Hospital da Mulher (Caism) da Unicamp em Campinas (SP), que envolveu outros 19 hospitais de referência no país.


Estar presente em mais de 90% das indicações foi uma grande surpresa. (…) Foi a primeira vez que esse estudo, com essa proporção, foi realizado no Brasil” Renato Teixeira de Souza, obstetra e pesquisador da Unicamp. “A gente sabia que a hipertensão teria um papel central como motivadora, mas a expressividade como ela apareceu foi uma supresa. Estar presente em mais de 90% das indicações foi uma grande surpresa. Está entre as principais causas de mortalidade materna no Brasil. A outra causa é a hemorragia no parto”, afirma o obstetra e pesquisador da Unicamp Renato Teixeira de Souza.
O estudo com foco nos partos terapêuticos, como também são chamados, foi concluído após quatro anos desde o início da pesquisa. Esses partos são intervenções muitas vezes salvadoras, tanto para a mãe como para o bebê. O Caism idealizou e organizou os trabalhos, que receberam o nome de Emip – Estudo Multicêntrico de Investigação em Prematuridade.

Entre abril de 2011 e julho de 2012, todos os partos nas 20 maternidades selecionadas no país, maioria públicas e especializadas em gestação de alto risco, foram avaliados pelos pesquisadores; ao todo foram 33.740 ocorrências. Destes, 4.150 partos foram prematuros, sendo 1.468 terapêuticos. O número significa 35,4% de nascimentos de bebês por indicações médicas. O Brasil está, portanto, no meio termo entre países desenvolvidos – com 50% de partos terapêuticos, o que indica evolução nas técnicas de salvamento – e os menos desenvolvidos – que possuem taxa de 10% a 20% de partos indicados e menor assistência adequada -, segundo o pesquisador.

“Foi a primeira vez que esse estudo, com essa proporção, foi realizado no Brasil. É um estudo fundamental para que os próximos passos sejam dados. Todas as políticas públicas podem ser discutidas a partir desse estudo. Como, onde atuar e de que forma”, diz o pesquisador, que concluiu o mestrado com esse trabalho e faz doutorado na Unicamp também explorando o tema.(G1).
Créditos: Focando a Notícia


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