sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Mudança no pré-sal vai prejudicar indústria nacional ligada à cadeia do petróleo

petrobras petroleo plataforma Foto EBC (1).jpgA revogação da participação obrigatória da Petrobras na exploração do pré-sal, aprovada pelo Senado, tirando da estatal a obrigatoriedade de explorar no mínimo 30% dos campos licitados, vai provocar estragos na indústria brasileira que atua com o fornecimento de equipamentos para a exploração, como as plataformas e sondas, segundo afirmou o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli.
“O grande efeito de não ter um operador só é que com isso você perde escala. E ao perder escala fica muito mais difícil implementar uma política de conteúdo nacional que estimule o crescimento da indústria brasileira de fornecedores, porque você dificilmente vai consolidar plantas para produzir poucas unidades, que cada operador vai buscar no mercado. Então, você vai ter na verdade um estímulo à importação de plataformas, sondas, equipamentos submersos, portanto, vai dificultar ainda mais o crescimento da indústria brasileira de fornecimento para a Petrobras”, afirmou.
Além disso, Gabrielli é crítico à forma de atuação do governo, compondo com o PMDB e a oposição para aprovar o substitutivo do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que retira a obrigatoriedade, mas mantém a preferência da empresa.
“Eu fiquei muito decepcionado com o governo, é um equívoco político incomensurável. A avaliação que os senadores tinham é que com um pouco de pressão sobre o governo você teria condições de aprovar a rejeição ao projeto de lei. Portanto, o acordo feito, para mim, é um acordo espúrio e que tem uma falsidade, porque tentar dizer que deixar de ser operadora única para ser operadora preferencial é melhor. É uma falsidade porque o problema não está em ser preferencial ou não, mas está em ter uma política de Estado que no longo prazo viabilize que toda a grande acumulação de conhecimento será apropriada nacionalmente. E que você tenha escala suficiente para viabilizar a construção de uma indústria nascente, que vai ter de crescer para ter condições competitivas internacionais, fornecendo bens e serviços para a indústria de petróleo.”
Créditos: Rede Brasil Atual

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