O crescimento da renda domiciliar mostra um descolamento desse indicador em relação ao crescimento do PIB, que subiu apenas 0,1% em termos reais em 2012. O fenômeno não é novo, aponta o Ipea, e já havia sido detectado em pesquisas anteriores.
Segundo o instituto, o PIB per capita e a renda disponível bruta per capita não são as “melhores escolhas para se medir o padrão de vida das famílias – pois compreendem as fontes de rendimento de todos os agentes da economia: famílias, governo, empresas e instituições sem fins lucrativos”.
O histórico de resultados da Pnad, levantado pelo Ipea, mostra a redução na desigualdade dos rendimentos da população entre 2002 e 2012: enquanto a renda média dos 40% mais pobres aumentou 6,4%, ao ano, o aumento para os 5% mais ricos foi de 2,4%.
O resultado vai em sentido oposto ao verificado na década anterior (1992-2002), quando a renda dos 5% mais ricos cresceu 2,87% ao ano, acima dos 2,55% registrados para os 40% mais pobres.
O padrão de crescimento alto entre os mais pobres levou a uma queda substancial na proporção de pessoas abaixo da linha oficial de extrema pobreza (R$ 70 per capita em julho de 2011) de 4,2% em 2011 para 3,6% em 2012, num total de 6,5 milhões de pessoas.
Mesmo com os avanços, a diferença de renda permanece elevada no país. Os números mostram que o rendimento dos 40% mais pobres foi de R$ 241,81 per capita, enquanto os 5% mais ricos tiveram um rendimento médio de R$ 5.178,37 per capita.
O Ipea destacou ainda os avanços registrados na educação na Pnad de 2012. A escolaridade média da população ocupada atingiu 8,8 anos em 2012, um crescimento de 54% em relação à média de 5,7 anos registrada em 1992.
“A escolaridade média em anos de estudo da população ocupada e a desigualdade educacional já vêm melhorando continuamente nas duas últimas décadas, mas, após uma desaceleração em 2011, o ano de 2012 registrou o melhor avanço nas séries históricas de ambos indicadores nos últimos 20 anos”, afirma o estudo.
Créditos: Rede Brasil Atual
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