sexta-feira, 15 de novembro de 2013

SP: Haddad diz que prefeitura não irá recuar em investigações de corrupção

prefeito.jpgPrefeito diz que Controladoria criada por ele não é contra partido, mas a favor da cidade de São Paulo, e diz que ouvia antes de assumir administração que 'as coisas não iam bem'.


 O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que não irá recuar nas investigações de corrupção por parte de funcionários da prefeitura. “O momento não é de recuo, mas de aprofundamento para chegarmos a toda verdade. Se chegarmos à verdade completa, só vai fazer bem a São Paulo”, disse, em referência à apuração de desvio de até R$ 500 milhões por fiscais que auditavam o recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS).
O caso foi descoberto graças a uma investigação da Controladoria Geral do Município, criada por Haddad. No último dia 30, parte da quadrilha foi presa a pedido do Ministério Público, que estima que os funcionários públicos tenham acumulado patrimônio de R$ 80 milhões durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Haddad reiterou que ouviu durante muito tempo, antes de assumir a administração, que “as coisas não iam bem” na gestão municipal, que “isso vinha de longe” e que “as coisas estavam se degradando”, o que o motivou a lançar, já durante a campanha, a proposta de criar um órgão de controle.
“Ninguém nesse momento pode ter dúvidas do intuito da criação da Controladoria. Não é perseguição política, contra quem quer que seja. Não é contra partido. É, ao contrário, a favor da cidade de São Paulo. A favor da verdade.” A Controladoria também investiga fraudes no IPTU e na dívida ativa.
Desde uma entrevista concedida pelo atual prefeito ao jornal Folha de S. Paulo, no último domingo, Kassab deu sinais de estar incomodado com as investigações, centradas no período de sua gestão. Os quatro funcionários presos até agora – o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronlison Bezerra Rodrigues, o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança Eduardo Horle Barcellos, o ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis Carlos Di Lallo Leite do Amaral e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães – tinham cargos de confiança na secretaria de Finanças, cujo titular, Mauro Ricardo, atuou em diversas gestões de seu padrinho político, José Serra (PSDB).
A investigação também provocou a queda do secretário de Governo de Haddad, Antonio Donato, citado em gravações de conversas entre a quadrilha feitas pelo Ministério Público. Haddad chegou a defender o secretário, mas aceitou seu pedido de desligamento do cargo, na terça-feira.
Até a cúpula do PT, partido de Haddad, não teria se empolgado com a investigação, temendo que Kasssab, presidente do PSD, deixasse a base de sustentação da presidenta Dilma Rousseff.
“Lembro sempre que no caso dos quatro presos foram seis meses de investigação. Então nós temos que tomar cuidado com a reputação das pessoas. Mas não podemos deixar intimar, temos que levar a frente. E não poupar os responsáveis por esse descalabro com as finanças de São Paulo”, afirmou.
Créditos: Rede brasil Atual

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