No Brasil, um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde e pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) no ano passado indica que haverá 576.580 casos diagnosticados apenas neste ano. O relatório prevê que os tipos com maior incidência serão o câncer de pele, de próstata e de mama.
Um estudo divulgado em 2013 no periódico Lancet Oncology, previa um aumento de 38,1% nos casos de câncer no país ao longo desta década, passado de 366 mil casos em 2009 para mais de 500 mil em 2020.
No mundo, estima-se que 14 milhões de pessoas sejam diagnosticadas todos os anos com câncer, segundo a OMS. A previsão é de que esse número aumente para 19 milhões em 2025 e 24 milhões em 2035, com os países emergentes concentrando os novos casos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que 576 mil brasileiros desenvolvam câncer em 2014, o mesmo número esperado para 2015. "O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente, seguido pelos tumores de próstata (69 mil) e mama feminina (57 mil)", diz a nota.
Os dados mostram, no entanto, uma redução na incidência dos casos novos de cânceres do colo do útero e de pulmão, de acordo com o Inca.
Consultado pela BBC Brasil, o Ministério da Saúde informou que o investimento em assistência a pacientes com câncer cresceu 26% em dois anos.
"O recurso alocado para o diagnóstico e tratamento da doença passou de R$ 1,9 bilhão, em 2010, para R$ 2,4 bilhões, em 2012. Além desses recursos, estão reservados ao setor, para o período de 2011 a 2014, R$ 4,5 bilhões em programa estratégico de prevenção do câncer de colo do útero e de mama, que prevê também o fortalecimento da rede de assistência e diagnóstico precoce", disse o ministério em nota.
De acordo com o ministério, com o aumento de recursos "foi possível ampliar em 17,3% o número de sessões de radioterapia" e em "14,8% as de quimioterapia".
Bernard Stewart, um dos editores do relatório da OMS, diz que a prevenção tem "um papel crucial no combate ao maremoto de câncer que estamos vendo surgindo em todo o mundo".
Ele explicou que o avanço da doença está associado, em muitos casos, aos hábitos das pessoas e citou o exemplo dos australianos que costumam tomar sol nas praias "até que cozinham de forma homogênea em ambos os lados".
"Em relação ao álcool, por exemplo, nós estamos cientes dos seus graves efeitos, sejam eles acidentes de carro ou agressões. Mas há um problema que não é discutido simplesmente porque não é reconhecido, especialmente envolvendo o câncer."
"Há coisas que devem estar na pauta de discussões: modificar a disponibilidade do álcool, a rotulagem do álcool, a promoção do álcool e o preço do álcool", afirmou.
Stewart disse que um argumento similar pode ser apresentado em relação ao açúcar, que impulsiona a obesidade, que por sua vez eleva o risco de tumores.Da BBC Brasil.
Créditos:BBC Brasil
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