Com mananciais secos e a população abastecida por caminhões-pipa, 15 cidades e cinco distritos da Paraíba estão em colapso total no abastecimento de água. Outras 48 regiões do estado, incluindo Campina Grande, sofrem racionamento. De acordo com o presidente da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa), Marcus Vinícius Neves, ao longo dos últimos três anos o estado sofreu estiagem acima do normal. O fenômeno secou vários açudes.
Morador da Montadas, no agreste paraibano, uma das cidades em colapso, o atendente Everton Paiva disse que não tem água nas torneiras há dois anos. A água que abastece o município vem de outras localidades, em caminhões-pipa, e é armazenada em três cisternas da cidade. “O consumo residencial são 20 litros por cada morador", informou Paiva à Agencia Brasil. Segundo ele, os caminhões-pipa também estão em falta na região. “Além de ter ficado mais caro, várias cidades próximas estão sem água. Não tem caminhão que dê jeito. Por isso, temos de economizar. Em Montadas, é preciso tomar banho numa bacia, aproveitar a água e jogar no sanitário”.
Conforme os moradores o açude que abastece a cidade de Triunfo, no sertão da Paraíba, secou há dois anos. Para o aposentado José Simão Silva, a saída é comprar mil litros de água por R$ 25 a cada três dias ou esperar o caminhão-pipa. Simão explicou que normalmente são colocados dois caminhões-pipa por dia em uma única caixa d’água. "As pessoas ficam na fila, se empurram, brigam. Quem é mais esperto e chega cedo, consegue mais água. A lei é esta. Tem gente que percorre 5km de moto para conseguir 40 litros de água. O sofrimento é grande.”
O presidente da Cagepa afirmou que, entre as medidas do governo estadual para atender à população durante a estiagem, estão a disponibilização de carros-pipa e construção de poços artesianos e adutoras emergenciais. “Estamos com dois terços do território cravados no semiárido. A própria condição climática compromete o abastecimento. No momento, temos mais de R$ 1 bilhão em obras de água e esgoto com recursos garantidos”, concluiu.
Créditos: Agencia Brasil
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