Um novo teste de vacina contra a AIDS está prestes a começar nos EUA, sendo um pouco diferente dos anteriores. A vacina foi desenvolvida ao longo dos últimos 15 anos por Robert Gallo, o primeiro cientista que revelou que o HIV desencadeou a doença, em 1984. O ensaio clínico de fase I envolverá 60 voluntários e testará as respostas de segurança do sistema imunológico à vacina, por isso, o resultado não será imediato, comprovando a eficácia em relação às outras 100 vacinas contra a Aids que foram feitas ao longo dos últimos 30 anos. Porém, extensos testes foram realizados em macacos e obtiveram resultados positivos.
Embora algumas vacinas mostraram-se promissoras no passado, o desafio com a AIDS é que o HIV infecta diretamente as células brancas do sangue – as células T -, transformando o sistema imunológico em inimigo, ignorando as ações da doença. A única chance de prevenir a infecção é forçar a ação de anticorpos contra as proteínas de superfície do HIV antes que isso aconteça. Essa ação sido igualmente difícil, considerando o fato de que o retrovírus pode mudar regularmente o seu código viral para esconder proteínas de superfícies específicas.
Porém, Gallo e sua equipe do Instituto de Virologia Humana, nos EUA, pensam que agora podem ter encontrado um momento em que a proteína da superfície do HIV, conhecida como gp120, fique vulnerável: o momento em que o vírus conecta-se às células T. Quando o HIV infecta um paciente, ele primeiro se relaciona com o receptor CD4 no glóbulo branco. Em seguida, transições expõem partes ocultas do respectivo envelope viral, que lhe permitem ligar-se a um segundo receptor, CCR5. Uma vez que o HIV está ligado a ambos os receptores de células T, pode infectar as células imunitárias. Nesse ponto é tarde demais fazer qualquer coisa para detê-lo.
A nova vacina da Gallo contém a gp120 projetada para conectar-se a algumas partes do receptor CD4 com objetivo de desencadear anticorpos contra ela, quando já estiver conectada em seu estado de transição vulnerável, efetivamente sendo interrompida de se fixar no segundo anexo CCR5. O teste está sendo executado em colaboração com a Profectus BioSciences, uma empresa de biotecnologia do Instituto de Virologia Humana.
Gallo explicou que levaram muito tempo para chegar a este ponto, porque têm sido extremamente minuciosos em seus testes em macacos, e também porque tiveram que encontrar financiamento para desenvolver a droga em uma vacina humana. Foto: Reprodução .
Créditos: Jornal Ciência
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