Nas suas palavras, já hoje esse país com uma população de 250 milhões de pessoas demostra os mais rápidos ritmos de crescimento econômico na Ásia. Em perspetiva, a Indonésia será um dos principais países do mundo. Peritos vaticinam a probabilidade desses prognósticos e o possível alargamento do BRICS.
A Indonésia, o maior país muçulmano, o maior estado do Sudeste Asiático e um dos líderes mundiais pelos ritmos de crescimento econômico, é um potencial candidato à adesão ao grupo BRICS. Aquilo que parece hoje uma especulação, será evidente dentro de 10-15 anos, afirma o chefe do Comité Internacional da Duma de Estado, Alexei Puchkov. Nas suas palavras, ainda há 30 anos apenas especialistas acreditavam nos prognósticos sobre o futuro econômico da China. Mas agora já ninguém contesta seu papel global, tal como a importância de outros membros do BRICS. O economista e diretor gerente do grupo de companhias ALOR, Serguei Khlestanov, fala sobre o potencial arranque da Indonésia:
"O termo BRIC foi inventado por Jim O'Neill para juntar os países com altos ritmos de crescimento econômico. Tanto que a Indonésia demostra ritmos bastante altos e os critérios da dimensão da economia e da população do país são equiparáveis aos outros membros do BRICS, é provável sua inclusão no grupo. Atualmente, tais países como a Turquia, Indonésia e outros estados emergentes são considerados condicionalmente como candidatos ao BRICS. Levando em consideração que os ritmos de crescimento econômico dos membros tradicionais do BRICS estão diminuindo, é muito provável que o grupo tenha novos integrantes".
Após a Cúpula do BRICS em Durban, na África do Sul, a possível adesão ao grupo foi anunciada pelo Egito. Recentemente, na mídia apareceram informações sobre as mesmas intenções do Cazaquistão. No pano de fundo da crise de associações e instituições tradicionais, cresce o papel de novos grupos, mesmo de abertamente informais como o BRICS, destacou em entrevista à Voz da Rússia Evguenia Voiko, politóloga e perita da Universidade Financeira junto do governo da Rússia:
"Mesmo não sendo uma associação formal, o BRICS, politicamente e desde o ponto de vista da imagem, tem a possibilidade de mostrar que o grupo se torna mais amplo, se desenvolve e é atraente para outros países. Pergunte-se, contudo, se for necessário que o BRICS seja posicionado assim, porque já são abraçadas todas as regiões economicamente ativas, à exceção da América do Norte por razões óbvias. Nesta situação, ainda é necessário compreender à conta de que países o BRICS irá alargar-se".
A adesão da Indonésia e de outros países da Região Asiática do Pacífico é argumentada, porque o centro da economia mundial se desloca para esta zona. Mas, por outro lado, tal passo pode destruir a presença proporcional no clube, onde participam dois maiores playersasiáticos – a Índia e China. Ao mesmo tempo, novos países terão de coordenar seus interesses com a agenda geral dos veteranos do BRICS, porque dentro de alguns anos a África do Sul também terá tal estatuto. Eis a opinião de Alexander Orlov, politólogo e diretor do Instituto de Pesquisas Internacionais:
"Uma cooperação estreita em vários setores já se delineia dentro do "quinteto". Será que a Indonésia está pronta para tal cooperação? Para qualquer estado há lados positivos e negativos da entrada no BRICS. A adesão de um novo membro leva a problemas adicionais que devem ser resolvidos. No quadro do BRICS existem contradições, inclusive entre a China e a Índia, cuja presença no clube contribui para a regularização de litígios bilaterais. Mas quando aparece um novo participante, em conjunto com ele surge um complexo de contradições. É necessário considera-lo".
Mas, apesar de todas as contradições dento do BRICS (a última diz respeito ao destino do Banco de Desenvolvimento), o "quinteto" e outros países emergentes têm perspetivas bastante claras. Segundo os dados da Pricewaterhouse Coopers, os países do BRICS, em conjunto com o México, Indonésia e Turquia, ultrapassarão para 2050 os estados do G7 em mais de 50% pelo volume do PIB comum.
VOZ DA RÚSSIA