A Universidade de Nalanda, na Índia, foi um centro de ensino importante muito antes de Oxford, Cambridge, e Bolonha - a faculdade mais antiga da Europa.
Localizada no norte da Índia, Nalanda atraiu estudiosos de toda a Ásia, e sobreviveu durante cententas de anos, até ser destruída por invasores em 1193. A ideia de Nalanda como um centro internacional de ensino está agora sendo revivida por um grupo de autoridades e estudiosos liderados pelo ganhador do prêmio Nobel de economia Amartya Sen.
O grupo quer atrair estudantes e pesquisadores de todo o mundo, em especial nas áreas de humanas, economia, administração, integração asiática, desenvolvimento sustentável e línguas orientais.
Fundada por volta do século 5º, Nalanda já teve mais de 10 mil alunos, em sua maioria monges budistas, que saíam de China, Japão, Coreia e outros países asiáticos.
A universidade será reconstruída perto de uma antiga instituição budista no Estado indiano de Bihar.
"A localização de uma instituição acadêmica é muito importante", diz Philip Altbach, diretor do Centro para Educação Superior Internacional do Boston College, nos Estados Unidos. "Nalanda pode atrair grandes pensadores, mas acadêmicos gostam de lugares com infraestrutura."
E Amartya Sen, novo reitor da universidade, é destemido. "Nosso trabalho é estabelecer o currículo da universidade e fazê-la acontecer. Estamos só no começo. A antiga universidade levou 200 anos para chegar a um estado florescente. Não levaremos 200 anos, mas pelo menos algumas décadas."Apesar dos problemas, Bihar é hoje o Estado que mais cresce na Índia, com uma expansão econômica de 12% em 2012.
Em 2006, Índia, China, Cingapura, Japão e Tailândia anunciaram o plano de revitalizar a universidade com base na antiga Nalanda. O projeto recebeu o apoio de países do Sudeste Asiático, Austrália, Nova Zelândia, Rússia e Estados Unidos.
Instalações provisórias já estão funcionando, e o departamento de pós-graduação já publicou convites para pesquisadores e acadêmicos de todo o mundo. As duas primeiras faculdades serão de História e Ecologia & Meio Ambiente, com a primeira turma no ano que vem.
Amartya Sen diz que haverá uma cooperação ativa com a escola de estudos florestais da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, com o departamento de história da Universidade Chulalongkorn, de Bangcoc, e com as Universidades de Seul, na Coreia do Sul, e de Pequim, na China.
Segundo Sen, a nova Nalanda será "asiática em termos de inspiração e motivação, mas não em termos de conhecimento, competência e envolvimento pessoal". A expectativa dele é de que, se tudo correr bem, a nova universidade seja capaz de fazer jus à boa reputação da antiga Nalanda, mesmo após um intervalo de mais de 800 anos.
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