Os militares americanos continuam a construir laboratórios biológicos na Ásia Central. Dentro em breve, um desses centros começará a funcionar no Cazaquistão.
Segundo os peritos, semelhantes centros poderão ameaçar a segurança da Rússia e dos países da região. O correspondente da Voz da Rússia, Galim Faskhutdinov, comunica-nos pormenores. Em Alma-Ata, está chegando ao fim a construção de uma nova estação de prevenção avançada de surtos de doenças na Ásia Central, financiada por um departamento militar dos EUA. Ela completa o trabalho do Laboratório Central de Referência que está sendo construído na base do antigo instituto de investigação científica soviético de combate à peste. Ambos os centros são criados para garantir a segurança em relação a portadores de doenças perigosas que ficaram no Cazaquistão do programa militar biológico soviético. Porém, segundo analistas russos, na realidade, semelhantes centros poderão ser utilizados para experiências biológicas militares que os Estados Unidos realizam, declarou Dmitri Popov, perito em problemas da Ásia Central do Instituto de Estudos Estratégicos da Rússia:
"Primeiro, eles permitirão recolher informação sobre a flora e os microrganismos do território. E isso poderá ser necessário para o fabrico de uma nova geração de armamentos biológicos ofensivos altamente eficazes. Porque é que serão altamente eficazes? Porque irão agir tendo em conta as condições climatéricas locais e os canais de transmissão de agentes patogênicos, concretamente dirigidos contra os países da Organização do Tratado de Segurança Coletiva e a China. E a segunda direção das ameaças: semelhantes centros criam possibilidades para a realização de operações de diversão com vista a prejudicar a economia, dizimar gado, desacreditar a produção nos mercados locais e prejudicar o potencial humano nos nossos países."
Segundo as palavras de Dmitri Popov, a prática de utilização pelos americanos de semelhantes centros noutros países mostra que eles deixam de estar sob o controle nacional. Ou seja, funcionam em regime fechado, são frequentemente dirigidos por militares ou por representantes de serviços secretos. Os centros empregam pessoal estrangeiro, incluindo pessoas com imunidade diplomática. O perito russo receia que o maior laboratório de referência dos EUA na Ásia Central funcione em regime fechado para, por exemplo, experimentar novos vírus. Segundo Dmitri Popov, há suspeitas de que os surtos de doenças atípicas no sul da Rússia em 2013 possam ter sido experiências biológicas:
"Os nossos especialistas consideram que esse pode ter sido precisamente o caso do surto de peste suína africana registrado em 2013 nas regiões meridionais e centrais da Rússia. Ela chama-se peste africana porque não existia nas nossas latitudes setentrionais. Mas, agora, adquiriu uma resistência atípica nas regiões da Rússia. É sabido, segundo dados públicos, que o trabalho com essas estirpes foi realizado pelo Laboratório de Referência do Pentágono na Geórgia e trazidas para o nosso país a partir de território georgiano."
No Instituto de Estudos Estratégicos da Rússia considera-se que os dirigentes do projeto de criação de laboratórios biológicos no Cazaquistão devem garantir a transparência do seu trabalho em todas as etapas, incluindo a construção e posteriores investigações. Nele também se chama a atenção para o fato da existência de um protocolo de 2010, no quadro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que proíbe a instalação de infraestruturas militares de Estados estrangeiros no território dos países-membros da organização. Ora, nas condições atuais, seria útil alargar semelhante esquema também à atividade de biólogos militares de terceiros países. Foto: topwar.ru Galim Faskhutdinov
Créditos: Voz da Russia
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