segunda-feira, 7 de abril de 2014

Jovem de assentamento rural representa o Brasil em competição internacional

World Skills AmericaJuliana Almeida saiu do assentamento Maísa, comunidade rural de Mossoró, Rio Grande do Norte, para representar o Brasil na 3ª edição da World Skills Americas, em Bogotá, Colômbia. Ela foi “descoberta” há dois anos, quando uma equipe do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foi ao assentamento realizar uma ação voluntária, de corte de cabelo e manicure. E foi o cabelo de Juliana que chamou a atenção da coordenadora da equipe.
“Ela olhou pro meu cabelo, que era muito bem cuidado e bonito, e perguntou o que eu fazia. Aí eu contei que era eu mesma que cuidava e que aprendia técnicas nos vídeos que assistia em uma lan house perto do assentamento. Eu ia lá acessar a internet quando tinha dinheiro”, contou à Agência Brasil .
A coordenadora levou a história para o Senac e Juliana acabou ganhando uma bolsa para um curso de cabeleireiro auxiliar, oferecido a famílias com renda inferior a dois salários mínimos.
Aos 20 anos, Juliana diz que sempre gostou muito de beleza e que antes mesmo do curso já cortava cabelos. "Cortava do meu pai, das minhas irmãs, da minha mãe. De todo mundo lá em casa e cuidava do meu”, diz, mostrando as mechas que fez para vir a Bogotá.
A jovem terminou o curso de auxiliar e conseguiu uma bolsa para um curso de cabeleireiro profissional. “Logo o Senac viu que ela tinha um perfil diferenciado, era focada, concentrada e tinha um desempenho acima da média da turma”, contou Luana Batista, assessora do Senac.
Juliana começou então a ser testada e preparada para as provas das Olimpíadas do Conhecimento. Em agosto do ano passado, venceu a etapa estadual no Rio Grande do Norte e, em janeiro deste ano, a seletiva para representar o Brasil na World Skills Americas.
Para a competição, Juliana chegou a treinar 12 horas por dia e estudou técnicas, tendências e as provas. Com o treinamento intensivo, ela acabou fechando o pequeno salão de beleza que montou no assentamento.
“Eu tinha aberto um salão lá em casa para atender os vizinhos, mas não estava dando tempo”, comenta. Juliana diz que quer continuar se preparando para competir em outras edições da world Skills. Ela pode competir até os 23 anos.
“Ainda quero lutar para ir a World Skill Internacional e depois quero virar treinadora da competição”, planeja. Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC
Créditos: Agencia Brasil

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