quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Violações dos direitos humanos deram origem ao Estado Islâmico
O diretor da organização "Human Rights Watch" considerou, esta quinta-feira, que as violações dos direitos humanos, incluindo pelos Estados Unidos, alimentaram parcialmente a emergência do movimento jiadista Estado Islâmico no Iraque ou a crise na Ucrânia.
Kenneth Roth falava na apresentação do relatório anual da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos "Human Rights Watch" (HRW), com sede em Washington.
"As violações dos direitos humanos desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento ou no agravamento da maioria das crises atuais", explicou. Num "mundo que se está a desfazer", muitos governos "parecem considerar que as atuais ameaças à segurança devem ter prioridade sobre os direitos humanos", afirmou.
Mas os direitos humanos tornaram-se "numa bússola essencial da ação política" e descartá-los não é apenas "uma má escolha, é também uma visão redutora e contraprodutiva", declarou. Do Iraque à Síria, do Egito à Nigéria, passando pela Ucrânia, nestes países marcados pela instabilidade, "proteger os direitos humanos e permitir aos habitantes terem uma palavra a dizer sobre a maneira como os seus governantes tratam as crises são uma chave para a sua resolução", considerou o diretor da HRW.
A emergência dos jiadistas sunitas do EI foi alimentada pela invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003, que criou um vazio de segurança e violações dos direitos humanos, na prisão de Abu Ghraib, em Bagdade, ou na prisão militar norte-americana de Guantánamo. Washington e Londres também "fecharam os olhos" às políticas sectárias do antigo primeiro-ministro iraquiano xiita Nuri al-Maliki, à perseguição das minorias sunitas, às detenções arbitrárias e execuções sumárias, continuando a fornecer armas ao governo de Al-Maliki.
Créditos:Jornal de Notícias
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