Ser o dono do próprio negócio é o desejo de quatro em cada dez moradores de favelas brasileiras. Além disso, 55% pretendem abrir o negócio em até três anos. Os dados são de uma pesquisa inédita feita pelo instituto Data Favela, com apoio do instituto Data Popular e da CUFA (Central Única das Favelas).
O levantamento mostra a evolução do comportamento desse público entre 2013 e 2015 e foi realizado em fevereiro deste ano com 2 mil moradores, de 63 favelas, localizadas em nove regiões metropolitanas e também no Distrito Federal (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Brasília).
A economia local é muito forte nas comunidades, apoiada pelo empreendedorismo que parece entender a demanda e consegue formar uma rede de consumo que atende as necessidades cotidianas. A grande maioria – 82% – afirmou ter comprado itens básicos no comércio da favela onde vive.
Esse cenário fortalece a ideia do empreendedorismo local. Entre os moradores que pretendem ter o próprio negócio, 63% querem empreender dentro da favela onde vivem, ante 59%, em 2013. Outros 19% têm a intenção de empreender fora da comunidade onde moram, mas em um bairro próximo. Já 15% querem o negócio fora da comunidade, em um bairro mais longe.
Segundo a pesquisa, a maior parte das pessoas que pretendem empreender (35%) deseja investir no ramo de alimentação, seguidos de lojas de roupas (20%) e salão de beleza (13%).
Eles também saem da favela quando precisam comprar roupas e móveis – 81% compram roupas fora da comunidade e 76% costumam comprar móveis fora da favela.
No levantamento, 81% dos moradores afirmaram que costumam comprar eletroeletrônicos fora da favela – apenas 7% adquirem esses itens em uma loja na comunidade. Em 2013, esse número era quase o dobro, 12%.
De acordo com o levantamento, a maioria dos empreendedores (56%) pertence à classe C, seguidos por 38% da classe baixa e 7% da classe alta. Mais da metade deles tem mais de 25 anos e é casada (51%), enquanto 49% são homens, 51% são mulheres e a maioria (73%) é negra ou parda.(IG)
Créditos: CircuitoMT
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