quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Prédios abandonados viram condomínios populares em São Paulo e no Rio de Janeiro

Criado com o objetivo de tornar a moradia acessível às famílias organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos,  o Minha Casa Minha Vida- Entidades já ultrapassou a marca de 60 mil casas e apartamentos contratados, beneficiando quase 250 mil pessoas em todas as regiões do País.

Por meio desta modalidade, que permite a construção ou reforma de unidades, o programa de habitação popular tem contribuído para revitalizar áreas centrais das duas maiores metrópoles brasileiras. Dois empreendimentos em andamento, em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), já são considerados casos de sucesso.

O primeiro é o Edifício Manoel Congo, na Cinelândia, no centro da capital fluminense, que abrigará 42 famílias. Abandonado por mais uma década, o antigo prédio comercial de dez andares já era ocupado por essas famílias antes de ter o seu direito de uso, como habitação popular, repassado ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM).

Gerida pela entidade e viabilizada pelo Minha Casa Minha Vida Entidades, a reforma total transformará 58 salas em 42 apartamentos com cinco plantas diferentes, de acordo com o tamanho das famílias. Um grupo de 23 moradores trabalha atualmente na obra, que termina em outubro.

Entre eles está Ronaldo Vicente, 47 anos. Treinado pelo MNLM, ele se tornou o marceneiro encarregado de reciclar portas e janelas, todas em madeira de lei, do prédio construído na década de 1920. As esquadrias serão aproveitadas nos novos apartamentos. "É uma alegria muito grande estar aqui porque estamos longe de drogas e armas que existem na comunidade", afirma ele. 

Na capital paulista, o endereço não é menos nobre. O Edifício Ipiranga está situado no mesmo quarteirão em que se dá o encontro da Avenida Ipiranga, onde está o prédio, com a São João, imortalizado nos versos da canção Sampa, de Caetano Veloso. 

120 famílias vão viver, contribuindo para os projetos de revitalização do centro de São Paulo (SP), cada vez mais ocupado por residências. Ansiosas, duas futuras moradoras fazem questão de visitar a obra, a assistente fiscal Cássia Carolina Gentile, 45, e a servidora pública estadual Flávia Carvalhaes, 32. Ambas elogiam a localização do condomínio em que irão viver a partir do ano que vem.

"Com a mudança para o Ipiranga, vou poder fazer o percurso para o trabalho a pé, sem a necessidade de transporte público", afirma Cássia Gentile, que comemora o ganho em qualidade de vida de morar no centro. "Ter a moradia é um direito e uma estabilidade conquistada para uma vida social mais justa", acrescenta. 

Tanto em São Paulo  quanto no Rio, os beneficiários do Minha Casa Minha Vida Entidades irão pagar prestações que vão variar entre R$ 25 e R$ 80. Um grande diferencial desta modalidade é que o processo conta com a participação das famílias beneficiadas na definição do projeto.

Os contratos com as entidades organizadoras são de autogestão em regime de mutirão ou de administração direta, no qual uma construtora é contratada pela organização para a execução da obra. Todos os critérios de seleção dos moradores seguem rigorosamente as regras estabelecidas pelo Ministério das Cidades.Fonte: Caixa Econômica Federal
Créditos: Portal Brasil

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