Um estudo feito pelo pesquisador de Mogi das Cruzes, Wesley de Paulo Silvério mostra que o cerebelo - região do sistema nervoso responsável pelo equilíbrio, movimentos e aprendizagem motora - sofre uma atrofia em indivíduos que não praticam atividades físicas regularmente. A pesquisa feita pelo aluno de Biomedicina da Universidade de São Paulo (USP) avaliou imagens obtidas em ressonância magnética de 20 idosos após a morte. Os idosos que praticavam exercícios físicos tinham um volume cerebelar de, em média, 8,39% maior do que os sedentários.
O biomédico especialista em imagenologia e doutor em Radiologia, Rafael Emídio da Silva, acredita que a pesquisa pode contribuir para a criação de políticas públicas que incentivem a prática de atividades físicas e, consequentemente, melhore a qualidade de vida dos idosos, principalmente no Brasil, cujo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra a tendência de envelhecimento do País.
O pesquisador estudou imagens volumétricas de ressonância magnética adquiridas em um intervalo menor do que 24 horas após a morte. Ao todo foram analisados 20 idosos, divididos em dois grupos: fisicamente ativos (sendo cinco homens de 62 anos e cinco mulheres de 60 anos) e sedentários (sendo cinco homens de 66 anos e cinco mulheres de 78 anos). As informações sobre a prática de atividades físicas foram fornecidas por familiares, por meio de um questionário. Uma ressonância magnética foi feita nos corpos e, as imagens dos grupos foram comparadas. O grupo de idosos ativos possuía um volume cerebelar de, em média, 8,39% maior do que o do grupo sedentário. Nas mulheres ativas, a diferença era mais gritante: 13,71%.
A pesquisa também mostrou que o volume encefálico, também era 6,52% maior nos idosos que praticavam atividades físicas em relação aos sedentários. “Haverá uma nova etapa desta pesquisa que vai analisar a fundo qual função específica do cerebelo é prejudicada pela falta da atividade física, se é a motora, se é a responsável pelo equilíbrio. Mas o que já temos, nos mostra claramente que o sedentarismo prejudica o desenvolvimento dos órgãos e isso aumenta as chances do idoso ter uma doença degenerativa, como Parkinson e Alzheimer. O trabalho já foi apresentado no Congresso Nacional de Iniciação Científica, e foi considerado o segundo melhor trabalho entre os 3 mil inscritos.
Créditos: WSCOM/G1
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