A reforma trabalhista aprovada na terça-feira (11) por 50 senadores que nunca trabalharam na vida permite a escravidão no campo, praticada pelos latifundiários do agronegócio, que agora não precisarão mais fugir da lei segundo o texto da reforma.
Segundo o texto, “Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural ou agroindustrial, sob a dependência e subordinação deste e mediante salário ou remuneração de qualquer espécie”. Desta forma, a reacionária bancada ruralistaresponsável pelos assassinatos dos indígenas e sem-terra, teve seus anseios atendidos pelo governo golpista e seus representantes no Senado e na Câmara.
Na prática o dono da terra não precisará remunerar o trabalhador do campo com salário. O proprietário poderá, por exemplo, abater no pagamento do trabalhador, os serviços ou bens fornecidos no local de trabalho, por exemplo em "conta" nos armazéns do proprietário rural, o salário do trabalhador poderá ser todo abocanhado de volta pelo patrão. Da mesma forma, sendo o proprietário rural dono das terras, poderá, segundo a reforma trabalhista, cobrar previamente pelo alojamento dos trabalhadores rurais, ou pelo transporte.
Isto significa que o proprietário rural pode chegar a não pagar nada ao trabalhador, e ainda obrigá-lo a trabalhar para pagar uma dívida abusiva com o dono, deixando o trabalhador preso e dependente desta propriedade rural. O que a reforma faz com isto é legalizar a relação em que o proprietário rural poderá vir à ser proprietário do próprio trabalhador.
A reforma que aumenta os lucros dos patrões e acaba com nossos direitos legaliza uma situação que há muito ocorre no campo do Brasil. Apesar de ser proibido pela constituição, o trabalho escravo é praticado abertamente em lavouras de cana-de-açúcar e algodão no rincões do país, e quando punido, o proprietário rural recebe uma irrisória pena de 2 anos. De 1995 até 2016, cerca de 50 mil pessoas foram libertas do trabalho escravo no Brasil, mas no campo esta situação é mais aguda pois não há fiscalização nenhuma e, em regra, os trabalhadores nesta situação ficam presos à propriedade dos latifundiários.
Créditos: Esquerda Diário
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