Uma equipe de pesquisadores acredita ter identificado como começou a epidemia de ebola na África Ocidental: com um garotinho brincando perto de uma árvore oca que abrigava vários morcegos infectados. Os cientistas exploraram uma área do sudeste da Guiné onde o garoto Emile Ouamouno, de dois anos, adoeceu e morreu há um ano. Autoridades acreditam que ele foi o primeiro caso desta epidemia, que infectou mais de 20 mil pessoas.
O vírus ebola não foi encontrado nos morcegos testados pelos pesquisadores, por isso eles não conseguiram provar efetivamente que eles deram origem à epidemia. Mas a equipe acredita que o garoto foi infectado por um dos morcegos que vivia na árvore oca. "Como cientista, posso dizer que esse é um cenário possível", disse um dos autores do estudo, Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, em Berlim.
O especialista em doenças infecciosas da Universidade de Columbia Stephen Morse, que não participou do estudo, considerou as conclusões instigantes. Par ele, a pesquisa ampliou o pensamento sobre o que provocou a epidemia. Muitos especialistas suspeitavam que algumas espécies de morcego poderiam ser os responsáveis pelo início da epidemia. Mas outros se perguntavam se outros animais, como chimpanzés ou pequenos antílopes, não poderiam ter sido infectados por morcegos e, em seguida, comidos por humanos, transmitindo dessa forma a doença.
Os pesquisadores não encontraram sinais de que o ebola tenha afetado os animais maiores no vilarejo do garoto. Mas descobriram que uma colônia de pequenos morcegos de caudas longas viviam em uma árvore oca perto da casa do garoto. Moradores disseram aos cientistas que a árvore pegou fogo em março, provocando uma "chuva de morcegos". Os animais foram mortos ou foram embora antes da chegada dos pesquisadores, em abril.
A quipe testou 169 morcegos na região. Nenhum testou positivo para ebola, mas isso não refuta a hipótese porque, segundo os cientistas, apenas uma minoria dos morcegos deve carregar o vírus. O estudo foi publicado nesta terça-feira na revista científicia "EMBO Molecular Medicine".Foto: EBC
Créditos: G1
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