Nos últimos meses, os governos latino-americanos têm sido alvo dos chamados "golpes suaves" promovidos pela direita nacional e internacional, que tentam derrubar as administrações dos líderes progressistas através de ações violentas nas ruas, greves, e guerra psicológica e econômica.
Os casos mais emblemáticos ocorrem atualmente contra os governos de El Salvador, Brasil, Equador, Bolívia, Argentina e Venezuela. Nesses países, setores da oposição têm o mesmo modus operandi, incluindo a promoção de campanhas de difamação, desinformação e medo; bem como denúncias de supostos atos de corrupção e violações dos direitos humanos.
Sob esses argumentos, aqueles que se opõem aos governos progressistas na região têm chamado manifestações de rua violentas, com as quais eles têm procurado desacreditar os esforços dos respectivos governos, desestabilizar as nações, justificar intervenções dos agentes externos e derrubar os chefes de estado.
De acordo com o cientista político americano Gene Sharp, o golpe suave tem quatro fases definidas: aquecer as ruas, fratura institucional, deslegitimação e desestabilização.
Normalmente, o golpe suave é executado como a única maneira de chegar ao poder, devido à falta ou ausência de apoio popular nas eleições.
Em informações listadas no site do jornal equatoriano El Telegrafo, o diretor do Centro Andino de Estudos Estratégicos, Mario Ramos explica que uma das principais ferramentas utilizadas são os meios de comunicação e redes sociais para alcançar as massas.
"É uma estratégia muito inteligente. Usa psicologia de massa, a mídia e as redes sociais, por isso é chamado suave, porque não é o golpe clássico", diz.
El Salvador, na América Central, sofreu mais um ataque orquestrado pela direita, na semana passada: grupos de oposição forçaram um boicote do setor dos transportes para tentar criar o caos e promover um golpe de Estado contra o presidente legítimo, Salvador Sanchez Ceren.. Verdadeiras quadrilhas criminosas forçaram os trabalhadores a paralisar suas atividades sob ameaça e assassinaram nove motoristas que não obedeceram às suas ordens.
No Equador, o governo do presidente Rafael Correa tem enfrentado a violência promovida pela direita contra a reforma da chamada Lei de Redistribuição da Riqueza e Ganhos Extraordinários. Mesmo tendo anunciado a suspensão temporária da tramitação proposta, as hostilidades continuam. "Eles vão continuar tentando (desestabilizar), gerar violência e o pânico econômico, eles têm tentado todos esses meses", disse Correa.
Na Venezuela, a escalada da direita teve várias fases, como a guerra econômica, caracterizada pela especulação de preços e a escassez de alimentos básicos. Em 12 de fevereiro, o presidente venezuelano Nicolas Maduro denunciou uma nova tentativa de golpe. O plano teria início após a publicação na imprensa de um manifesto apelando para um governo de transição.(*Reportagem do Vermelho reproduzida pela Carta Maior).
Créditos:Rede Brasil Atual
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