O jornal conversou com a doutora Rebecca Flyckt, ginecologista-obstetra e especialista em endocrinologia reprodutiva. Ela é uma das pessoas do time que pretende testar esse tipo de transplante em Cleveland e afirmou que “teoricamente” é possível engravidar um homem, mas o processo seria complicadíssimo.
“Seria uma enorme iniciativa cirúrgica e endócrina e envolve não só a criação de uma vagina, mas também uma reconstrução cirúrgica de toda a pélvis por algum especialista em cirurgia transgênera”, informou Flyckt. “Depois desse procedimento e do enxerto de um útero doado, seria necessário um complexo regime hormonal para suportar a gravidez antes e depois da transferência do embrião (embora isso possa ser feito, uma vez que providenciamos regimes hormonais semelhantes para que mulheres em menopausa suportem uma gravidez).”
A doutora chama a atenção para o fato curioso de que os embriões seriam criados usando esperma do próprio paciente e os óvulos de um doador, sendo que atualmente o que ocorre é o contrário. No procedimento tradicional, a mulher só depende de esperma doado, uma vez que já tem seus próprios óvulos.
Flyckt disse que sabia que a notícia da possibilidade de transplante de útero levantaria esse tipo de curiosidade. “Eu antecipei que haveria interesse nessa aplicação (...) pela comunidade transsexual”, comentou ela, que adiantou: “Entretanto, nosso protocolo é limitado neste momento a mulheres sem úteros funcionais.”
Créditos : Olhar Digital
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