Vinte e uma cidades do Cariri e Sertão do Estado registraram chuvas ontem, segundo a Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa). As precipitações permanecem abaixo da média. O maior índice foi verificado em Assunção, onde choveu 21.6 milímetros. O baixo volume de chuvas não tem sido suficiente para juntar uma quantidade de água significativa nos reservatórios e o cenário de seca continua. A previsão é de chuvas isoladas para o Sertão até o final de maio.
O açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, aumentou somente um centímetro, o que equivale a 350 mil de metros cúbicos, quantidade que é consumida em apenas um dia na região de Campina Grande, segundo a Aesa.
O açude de Coremas foi o que mais recebeu água até ontem, chegando a mais de 27 milhões de m³. Já os reservatórios de Mãe D’água e Engenheiros Ávidos, não receberam recarga.
De acordo com o gerente de Bacias Hidrográficas da Aesa, Isnaldo Costa, o acréscimo no volume de alguns açudes em decorrência das últimas chuvas, não foi suficiente para tirar os mananciais da situação de alerta.
“No caso do complexo Coremas – Mãe-D água, que é o maior do Estado, o aporte hídrico foi razoável. Mas este complexo compreende dois açudes que, desde novembro do ano passado, estão divididos. Mesmo com as últimas chuvas, os dois não conseguiram se unir. No caso do açude Epitácio Pessoa, o aporte de apenas 1 centímetro de água nova que chegou ao manancial, não é nada, já que estamos perdendo um centímetro por dia. A maioria dos açudes do Cariri teve apenas esse acréscimo de 1 centímetro, que na prática também é mesmo que nada”, ressaltou Isnaldo Costa.
Segundo a meteorologista Marle Bandeira, a previsão para Campina Grande é de chuvas isoladas até o final da semana. “A umidade que vem do oceano em direção à costa leste do Nordeste contribui para a ocorrência de chuvas neste período”, disse. Ela destacou a redução nas altas temperaturas, que castigaram a cidade durante quase todo mês de abril. “Com estas chuvas, a temperatura amenizou. Na segunda, a máxima registrada foi de 28º e a mínima, de 21º onde as temperaturas estão mais amenas por causa das chuvas que atingiram a cidade durante o final de semana”, completou.
Marle explicou ainda que o inverno propriamente dito, que na Paraíba coincide com o período chuvoso, começa em maio nas regiões do Brejo, Agreste e Litoral. “O inverno não tem nada a ver com chuva. Mas, períodos chuvosos podem coincidir com a estação de inverno. Aqui na Paraíba, o inverno coincide com o período chuvoso. Portanto, há previsão de chuvas mais intensas nessas regiões de maio, até julho. No Sertão, o período chuvoso é de fevereiro a maio. Temos previsão de chuvas nesta região até o final de maio, mas são chuvas isoladas. A região do Vale do Piancó deve ser a mais beneficiada”, explicou.
No distrito de São José da Mata, em Campina Grande, os agricultores começaram a plantar, com esperança de que novas chuvas caiam. “Tenho fé de que essa chuva vai persistir e nós vamos conseguir colher, por isso já estamos começando a plantar. Vamos ter colheita sim”, disse o agricultor Francisco de Assis Oliveira, dono de três hectares de plantação de milho e feijão, no Sítio Grotão.
O trabalhador rural Angelino José da Silva, que trabalha na propriedade de Francisco de Assis, explicou que, se as chuvas forem boas, as culturas devem ser colhidas em até quatro meses. “O feijão a gente espera colher em até 120 dias e o milho, daqui a dois meses e meio. Temos muita fé”.
Fonte: Portal Correio
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