Pelo menos 78 pessoas morreram neste domingo em um atentado suicida duplo em uma igreja no Paquistão, incluindo 34 mulheres e sete crianças, afirmou o ministro do Interior, Chaudhry Nisar Ali Khan, no ataque mais mortal contra cristãos no país predominantemente muçulmano.
A violência religiosa e ataques contra forças de seguranças têm aumentado no Paquistão nos últimos meses, afetando os esforços do primeiro-ministro do país, Nawaz Sharif, de controlar a insurgência após chegar ao poder em junho. "Quem são estes terroristas matando mulheres e crianças?" disse o ministro na televisão, falando de Peshawar.
Os homens-bomba atacaram a histórica Igreja de Todos os Santos, na cidade de Peshawar, no momento em que centenas de paroquianos saíam do prédio após a missa de domingo. "Eu ouvi duas explosões. As pessoas começaram a correr. Restos humanos estavam espalhados por toda a igreja", disse uma paroquiana, que deu apenas seu primeiro nome, Margrette.
Cristãos correspondem a cerca de 4% da população do Paquistão de 180 milhões de pessoas. Ataques a áreas cristãs ocorrem esporadicamente no país, mas o deste domingo foi o mais violento na história recente. Ninguém assumiu imediatamente a responsabilidade pelo ataque.
O noroeste é uma região onde imperam muitos grupos rebeldes islamitas, entre eles o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), autores de inúmeros atentados que já deixaram mais de 6.000 mortos desde 2007. As autoridades sabiam que esta igreja poderia ser atacada e mobilizaram forças de segurança ao seu redor.
Nazir Khan, professora de 50 anos, disse que a missa havia terminado e que 400 fiéis estavam saindo da igreja quando ocorreu uma primeira explosão. Imagens de televisão mostravam ambulâncias transferindo os feridos a hospitais locais. Familiares das vítimas se aglomeravam em frente à igreja. Alguns gritavam frases hostis à polícia, considerada incapaz de deter as ameaças.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou firmemente este atentado. "Os terroristas não têm religião. Atacar inocentes é contrário aos preceitos do islã e de todas as outras religiões. Estes atos terroristas mostram o estado de ânimo brutal e desumano dos terroristas", disse em um comunicado.
O governo de Sharif propôs recentemente negociações de paz com os talibãs do TTP para colocar fim à violência. A violência entre fanáticos religiosos aumentou nos últimos anos no Paquistão, com uma série de atentados suicidas contra a minoria muçulmana xiita (20% da população) reivindicados pelo grupo armado sectário Lashkar-e-Jhangvi, próximo ao TTP e à Al-Qaeda. Mas até agora os cristãos não haviam sido atacados desta forma sangrenta.
Foto:AFP
Créditos:Portal Terra
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