A história dessa estrela misteriosa data de 1984, quando paleontologistas dos EUA chegaram à conclusão, com base em fósseis de organismos marinhos, que na Terra ocorre uma extinção em massa de espécies vivas a cada 26 milhões de anos. Como esses ciclos não podiam ser explicados por causas terrestres, esse mistério interessou os astrônomos. Segundo a versão destes, uma das estrelas vizinhas do Sol, na nossa galáxia, por vezes se aproxima demasiado do Sistema Solar. Isso provoca perturbações na Nuvem de Oort, que é uma esfera composta por bilhões de cometas em torno do Sistema Solar. Perdendo o equilíbrio, os cometas se precipitam dentro do sistema, provocando um bombardeamento intenso da Terra e de outros planetas.
A “estrela da morte” foi ativamente procurada, explica o investigador principal do Instituto de Astronomia da Acadêmia de Ciências da Rússia, Dmitri Vibe:
“Repetidamente os cientistas tentaram definir a periodicidade das alterações do estado geológico da Terra, do clima e das propriedades da atmosfera. Essas tentativas têm como resultado as afirmações que existe uma periodicidade de 26 milhões de anos, ou ainda mais longa. Existem tentativas para associar essa periodicidade a algum processo exterior ao Sistema Solar. Uma dessas explicações é a existência de uma estrela-satélite do Sol. E esse satélite giraria em torno do Sol a cada 26 milhões de anos”.
O que se sabia sobre a vizinhança imediata do Sol? Que a quatro anos-luz do mesmo se encontra o sistema estrelar de Alfa Centauro e a seis anos-luz – a Estrela de Barnard. Os outros “vizinhos” começaram a ser descobertos apenas nos últimos anos, quando se começou a processar o gigantesco banco de dados dos telescópios de infravermelhos. Assim, em 2013, o mundo científico soube de uma pouco quente, ou seja, de baixa luminosidade, anã marrom, que começou a ser referida como uma possível candidata ao papel de Nêmesis. Mas eis que se descobriu uma sua “irmã”, mas uma “irmã” fria.
Mas a partir daí os astrônomos ficaram num impasse. Para determinar se algum desses objetos é a Nêmesis, é necessário determinar com rigor como ela se deslocava relativamente ao Sol há milhões de anos. Por enquanto é impossível calcular as órbitas das estrelas, como se faz com os planetas, para períodos tão longos. Não é de excluir que um dos objetos seja realmente um satélite distante do Sol. Por outro lado, não está provado que ele seja o responsável pelas extinções de espécies na Terra. Enquanto as disputas continuam, parte dos astrônomos sugeriu não provocar o pânico e batizar o objeto descoberto com um nome mais “pacífico” – Tyche. Como o da antiga deusa grega da fortuna.Por Boris Pavlischev Foto: NASA
Créditos: Voz da Russia
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