A presidente Dilma Rousseff foi a última a discursar durante o encontro de 35 anos do PT, que ocorreu, nesta sexta-feira (6), em Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ela falou logo após um longo pronunciamento do ex-presidente Lula, que declarou apoio às medidas econômicas tomadas pelo governo. Antes dele, governadores petistas, o presidente da legenda Rui Falcão e o ex-presidente uruguaio, José Mujica, também discursaram.
"O PT chega aos 35 anos, é um partido jovem, mas já inicia o seu quarto mandato presidencial, após 12 anos de transformação social. O Brasil é hoje um país muito melhor. É um país onde as pessoas deixaram a miséria, onde milhões de jovens entram na universidade, onde milhões de trabalhadores estão no mercado de trabalho com carteira assinada. Por isso, a nossa responsabilidade é imensa. Os brasileiros esperam que honremos a continuidade do que fizemos, mas também esperam que aprofundemos as transformações no Brasil, ampliemos a democracia. Nós não vamos ficar eternamente uma nação emergente. Os brasileiros esperam que trilhemos o caminho para uma nação desenvolvida, com mais oportunidades para todos", afirmou.
"A história do PT é um roteiro. A gente pode acompanhar como um filme. Um roteiro de identificação com o povo brasileiro e sempre teve como base uma identificação com os movimentos populares, com os sindicatos, com os intelectuais, com as igrejas, com os que lutaram contra a ditadura e com os empresários progressistas do país", reforçou.
Dilma frisa que pediu o voto aos brasileiros prometendo uma nova etapa de desenvolvimento para o país. "Dissemos que nossa proposta era uma política social baseada em novas oportunidades e uma política econômica em concordância com a política social", afirmou ela, destacando que, em 12 anos, os governos petistas "erradicaram a pobreza extrema do país". "Essa é a nossa prova. Ninguém tira isso de nós", ressalvou.
Ela afirma que também prometeu uma nova etapa de desenvolvimento, com foco na educação e na necessária elevação da competitividade da economia. "Esse é o nosso compromisso, é o meu compromisso com o Brasil nos próximos 4 anos e eu vou tomar todas as medidas para construir um Brasil mais desenvolvido e menos desigual. É esse o nosso objetivo. Tudo que estamos fazendo tem o objetivo de manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social", afirmou.
Dilma falou ainda que os ajustes que estão sendo feitos pelo governo são "necessários, para manter rumo e ampliar oportunidades, para ter força para priorizar todos os avanços sociais e econômicos". "As mudanças que as pessoas esperam dependem muito da estabilidade da nossa economia. Precisamos garantir o controle da inflação, das contas públicas, a geração de emprego e renda, que é o objetivo fundamental que nós temos", explicou.
"Hoje a economia vem sofrendo os efeitos de dois choques: um é externo, da redução expressiva das taxas de crescimento do mundo. No plano interno, o Brasil sofreu um das piores secas dos últimos anos, que provocou choque no preço dos alimentos. Temos agora o problema da seca, surpreendentemente no Sudeste e não no Nordeste, o que teve um impacto no preço da energia", afirmou.
Dilma explicou ainda que é preciso promover um "reequilíbrio fiscal" para garantir o emprego e a renda. A presidente ressaltou que as medidas visam a preservar o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronatec, o Ciência Sem Fronteiras e as ações de combate à violência contra a mulher e de simplificação da burocracia para os pequenos empreendedores. "Vamos também executar uma nova carteira de obras de infraestrutura", prometeu.
Ela ainda falou que não pode permitir que a "falsa versão" dos fatos. "Nós temos que travar a batalha da comunicação. Temos que levar nossa versão à opinião pública. Quando falarem que vamos mudar os direitos trabalhistas, digam que não é verdade, que jamais iremos retirar direitos. O nosso governo é dos trabalhadores", afirmou. Dilma também afirmou que está trabalhando para garantir o fornecimento de energia elétrica. "O povo votou em nós porque acredita em nós, em nossa honestidade de propósitos", afirmou. A presidente disse que irá propor ao Congresso alteração na lei para que o governo federal atue pela segurança pública.
Quanto à corrupção, Dilma frisou que irá manter, "sem transigir um só momento", o compromisso com o respeito ao dinheiro público, a autonomia da Polícia Federal e com o respeito à independência do Ministério Público. Sobre a Petrobras, a presidente disse que a estatal é a empresa mais estratégica para o país. "A que mais contrata e investe no país", destacou ela.
"Temos que ter orgulho da Petrobras. Não podemos aceitar que tentem tornam a Petrobras vergonha do Brasil. Não podemos permitir que diminuam a importância dela para o país e evitar que os fatos irregulares possam voltar a ocorrer", afirmou Dilma, frisando que manterá o modelo de partilha, a política de conteúdo nacional. "Vamos continuar acreditando na mais brasileira das empresas", ressaltou. "Temos que fechar as portas para a corrupção, mas não temos que fechar as portas para o crescimento, o desenvolvimento e o emprego. Os pescadores de águas turvas não vão acabar com o modelo de partilha e de conteúdo nacional", afirmou.
"Diante da crise sempre tivemos força para reagir. Nós somos capazes de reagir. Se a gente olhar para o futuro, vamos ver que nós temos uma força imensa, que é a nossa capacidade de sermos firmes, corajosos, eficazes diante do desafio e da dificuldade. Temos essa coragem política que faz com que a gente não desanime diante dos desafios. Cada um de nós deve agora colocar essa coragem política diante de si mesmo e dizer que nós não podemos vacilar, nem ter medo. Se tiver erro, aqueles que erraram que pague por eles. Mas temos que preservar a história deste partido e dos governos meu e de Lula", complementou.
"Nós somos os melhores para vencer os desafios, porque escolhemos sempre e principalmente diante da crise o lado dos trabalhadores e do povo brasileiro. Quem tem um lado é sempre melhor. Temos lado e competência e vamos fazer. Se existe um partido credenciado para conduzir o Brasil num período difícil, sem revogar o direito dos trabalhadores, é o PT", disse.
"Os que são inconformados com o resultado das urnas só tem medo de uma coisa: eles têm medo da democracia. Nós temos força para enfrentar e vencer os que buscar o retrocesso, para vencer o oportunismo e o golpismo, inclusive de forma dissimulada, Vamos vencer aqueles que não se conformam que os avanços sociais foram conquistados no nosso governo. Estamos juntos para vencer aqueles que tentam forjar catástrofes e querem aventuras", concluiu.
Créditos: Brasil 247
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