São Paulo terá um plano de contingência para enfrentar a crise hídrica que atinge sobretudo a região metropolitana da capital. O anúncio foi feito ontem (13) pelo governador Geraldo Alckmin, após a primeira reunião do Comitê de Crise Hídrica, que reúne prefeituras, secretarias de governo, entidades não governamentais (ONGs), universidades e institutos de Defesa do Consumidor.
O plano era uma reivindicação dos prefeitos das cidades que são abastecidas pelos sistemas Cantareira e Alto Tietê, que têm a pior condição de reserva de água. A próxima reunião do grupo deve ocorrer em duas ou três semanas. De acordo com o governador, o documento será preparado para o pior cenário de regime de chuva a que se pode chegar neste ano. “Para o caso de precisar de um rodízio [no abastecimento de água], termos tudo mapeado, mas todos os esforços estão sendo feitos para superar a crise e o período seco”, disse Alckmin.
O cálculo do governo aponta como situação mais crítica uma afluência – entrada de água nos reservatórios – abaixo de 8 metros cúbicos por segundo (m3/s). Hoje, a demanda é de aproximadamente 14 3/s. O que faltaria de água – 6 m3/s – será providenciada, segundo o governador, por obras emergenciais que aumentariam a captação em outras reservas, como o Rio Guaió e as represas Guarapiranga e Rio Grande.
O plano vai prever, por exemplo, como deve ser feito o abastecimento de instituições que não podem prescindir do fornecimento de água, como escolas, hospitais e penitenciárias. Para o prefeito da capital, Fernando Haddad, um prazo adequado para apresentação do plano seria em torno de um mês. “O que nos foi apresentado hoje mostra que o pior cenário afasta a possibilidade de rodízio. Prepararemos tecnicamente um plano de contingência esperando não usá-lo.”
Os prefeitos, além de pedir a formação do comitê e a elaboração de um plano de contingência, querem a adoção de medidas de comunicação para manter a população informada. Alckmin não descartou a possibilidade de rodízio. “Isso é uma questão que avaliamos permanentemente, mas [no] fim de fevereiro, meio de março, vamos verificando. Todas as medidas já estavam sendo tomadas e agora, com o comitê técnico, serão integradas e ampliadas. Todo trabalho [será feito] para evitar o rodízio."
O secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, disse que não há um percentual-limite no Cantareira que indique a necessidade de racionamento. “Não existe ainda esse gatilho. Vamos estudar com esse plano de contingência e, se for preciso adotar alguma medida mais restritiva do que da redução de pressão, vamos ver que tipo de medida vai ser adotada.”
Créditos: Agencia Brasil
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