terça-feira, 2 de junho de 2015

Estudo revela primeiro caso de reprodução sem sexo

Fêmeas de uma população de peixes-serra na Florida (EUA) começaram a reproduzir-se sem sexo, o primeiro caso de partenogénese de vertebrados no seu habitat natural de que se tem conhecimento, segundo um estudo publicado pela revista científica Cell Press.

A partenogénese (um tipo de reprodução assexuada) é um fenómeno comum em animais invertebrados, mas pouco frequente nos vertebrados, entre os quais, até então, só tinha ocorrido em cativeiro. No entanto, cientistas da Universidade Stony Brook de Nova Iorque descobriram um grupo de peixes-serra fêmeas que haviam-se reproduzido por partenogénese num estuário da Florida.
Os peixes foram encontradas de forma inesperada, enquanto os cientistas realizavam uma pesquisa de rotina sobre a genética dos peixes-serra de dentes pequenos, espécie com alto risco de extinção. As análises de ADN revelaram que cerca de 3% dos peixes estudados eram resultado dessa invulgar forma de reprodução. Os peixes-serra podem ser a primeira família de animais marítimos a ser extinta devido à pesca predatória e à perda de habitats, conforme os pesquisadores.
Os peixes-serra de dentes pequenos, uma das cinco espécies desta família, são encontrados especialmente em áreas do sul da Florida, como Caloosahatchee e Peace Rivers. A partenogénese consiste na segmentação do óvulo sem fecundação, iniciada por factores ambientais, químicos, descargas eléctricas, dentre outros.Talvez seja muito mais frequente em animais em liberdade do que pensamos, afirmou Kevin Feldheim, do laboratório Pritzker, do Field Museum de Chicago, onde as amostras de ADN foram analisadas.
Segundo as conclusões do estudo, é possível que essa forma de reprodução ocorra principalmente em povoações pequenas e com risco de extinção. Porém, apesar de a partenogénese ter a capacidade de prolongar a existência dos peixes-serra, os cientistas não acreditam que o fenómeno poderá salvá-los. Isso deve servir para chamar a atenção de que precisamos de sérios esforços globais para salvar esses animais, disse Feldheim. O estudo também contou com a colaboração da Comissão de Conservação de Peixes e da Fauna da Florida.
Créditos: Diário Digital

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