Os pacientes que sofrem com doença falciforme têm uma nova opção para o tratamento. O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) o transplante de células-tronco hematopoéticas entre parentes a partir da medula óssea. Estudos demonstram que o procedimento permite um aumento de sobrevida de dois anos em 90% dos casos transplantados e em outros casos deixaram de utilizar a morfina para o controle da dor.
A doença falciforme é uma das mais frequentes doenças genéticas no Brasil, atinge sobretudo a população afrodescendente e se caracteriza pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Estima-se que 25 mil a 50 mil pessoas tenham a doença no Brasil, que apresenta alta morbidade e mortalidade precoce. A medida foi publicada na quarta-feira (1º) em Diário Oficial da União (Portaria 30), que traz a decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que recomendou a incorporação após debater o assunto com especialistas e diversos segmentos da sociedade por meio de consulta pública, com 284 contribuições.“O Brasil, que já tem o maior sistema público de transplantes do mundo, passa agora a ter também mais alternativa terapêutica para quem têm doença falciforme. O transplante é uma arma a mais para ajudar no combate à doença e no tratamento dessas pessoas”, destaca o coordenador-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
A partir de publicação da portaria, o Sistema Nacional de Transplantes tem até 180 dias para incluir a doença falciforme em seu regulamento técnico, de forma a garantir o acesso gratuito dos portadores que se encaixarem em critérios definidos.
O procedimento é indicado para pacientes com doença falciforme em uso de hidroxiureia que apresente, pelo menos, uma das seguintes condições: alteração neurológica devido a acidente vascular encefálico, alteração neurológica que persista por mais de 24 horas ou alteração de exame de imagem; doença cerebrovascular associada à doença falciforme; mais de duas crises vasoclusivas (inclusive Síndrome Torácica Aguda) graves no último ano; mais de um episódio de priapismo (ereção involuntária e dolorosa); presença de mais de dois anticorpos em pacientes sob hipertransfusão; ou osteonecrose em mais de uma articulação.
Créditos: Portal Brasil
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