Uma das substâncias químicas benéficas presente nas uvas roxas, o resveratrol, ajuda prevenir o câncer de intestino, mas sua eficácia é maior em doses pequenas do que em doses grandes, indica um novo estudo. O trabalho, realizado por cientistas da Universidade de Leicester, no Reino Unido, se baseou em um experimento com camundongos. Os benefícios de uma dose diária equivalente a uma taça de vinho tinto foram comparados com os benefícios de uma dose 200 vezes maior.
Foi usada uma linhagem de animais com propensão natural ao câncer. Comparados com animais sem tratamento os camundongos que receberam resveratrol purificado tiveram uma redução de 25% nos tamanhos de seus tumores, mas as cobaias que tomara a dose moderada tiveram melhora ainda mais acentuada, com redução de 50%.
Essa diferença só se verificava, porém, em animais com dieta rica em gordura. O resultado do experimento sugere que a substituição das uvas e do vinho por resveratrol purificado só é benéfica em alguns tipos de indivíduo, e depende de dieta, estilo de vida e carga genética.
Segundo Karen Brown, cientista da Universidade de Leicester que liderou o estudo, é possível que a eficácia de doses pequenas comparadas a doses grandes também seja verdade para outras substâncias naturais anticancerígenas.
"Já vimos que 'menos é mais' para o resveratrol", afirmou, em comunicado à imprensa. "Mas isso foi uma pesquisa de laboratório precoce e o próximo passo é confirmar em testes clínicos se o resveratrol tem os mesmos efeitos em pessoas sob alto risco de câncer intestinal."
O instituto Cancer Research UK, porém, emitiu uma nota de cautela com relação às pesquisas com resveratrol e o consumo de vinho. "Essa pesquisa não significa que uma taça de vinho diária vá reduzir seu risco de câncer, porque não se pode separar os efeitos do resveratrol dos efeitos do álcool", afirmou Julie Sharp, médica da entidade. "O aumento do risco de câncer associado ao álcool supera quaisquer possíveis efeitos do resveratrol."(G1).
Créditos: WSCOM
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