sábado, 29 de abril de 2017

Brasil para contra retirada de direitos


Nesta sexta-feira (28), o Brasil parou em uma greve geral histórica, que mostrou que o povo está disposto a lutar contra a retirada de direitos promovida pelo governo. Nas principais cidades brasileiras, além da paralisação de trabalhadores de setores importantes, houve trancaços em avenidas e vias, além de manifestações durante todo o dia. As ruas vazias pela manhã, em decorrência da greve, contrastaram com grandes atos contra as medidas do governo golpista ao longo da sexta-feira.

Convocada como resposta as reformas da Previdência e trabalhista – aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira – essa greve foi muito além dos sindicatos e envolveu toda a sociedade. Segundo as centrais sindicais, 40 milhões de brasileiros aderiram à greve em todo o país. Escolas e universidades públicas e particulares, bibliotecas e museus, por exemplo, não funcionaram. O movimento também não se limitou às capitais, e se espalhou por todo o Brasil, das metrópoles às cidades menores.

No centro de metrópoles como como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, a manhã parecia de domingo, com o comércio fechado e pouca gente na rua. Aglomeração mesmo se viu foram nas manifestações. Em Belo Horizonte, mais de 50 mil pessoas ocuparam as principais avenidas. Em Goiânia, outra multidão ocupou o Centro. Em Curitiba, 20 mil pessoas foram à porta de Federação das Indústrias do estado fazer a devolução simbólica do pato de borracha das manifestações golpistas. Em São Paulo e no Rio, enormes atos fecham este dia histórico. Em São Paulo, 70 mil pessoas se reuniram em um protesto que chegou até a casa do presidente Michel Temer (PMDB). No Rio, o ato contou com ao menos 40 mil pessoas.

E fora as capitais não foi diferente. Vale citar os exemplos das paranaenses Londrina e Cascavel, nas quais mais de 10 mil pessoas foram às ruas em cada uma, fazendo deste um dos maiores dias de manifestação da história desses dois municípios.

“Todas as categorias, todos os estados, todas as centrais, todos os sindicatos, no campo, na cidade, setor publico, privado. É greve. Chega do desgoverno, vamos fazer uma coisa que funcione”, disse Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores. Para ele, a greve desta sexta-feira foi a maior já vista no Brasil e sepultou o governo golpista. “O golpista não tem mais condição de governar o país”, afirmou ele. Categorias como os petroleiros e trabalhadores do Correios aprovaram paralisações nacionais.

Seis refinarias, seis terminais de distribuição e a Fafen-PR já estão na greve, assim como 26 plataformas da Bacia de Campos não funcionaram. Nos Correios, a paralisação ocorreu em 23 estados.
“Nós estamos defendendo a sociedade. O Brasil percebeu que a proposta que o governo tem para o Brasil é uma tragédia. Por isso é uma greve extraordinária”, afirmou Vagner Freitas. “É greve. Chega do desgoverno, vamos fazer uma coisa que funcione”, disse ele. Segundo ele, estima-se que essa greve ultrapasse os números da última grande greve geral, em 1989, quando 35 milhões de trabalhadores participaram.
Créditos: Agencia PT


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