sexta-feira, 14 de abril de 2017

"No dia que provarem algo contra mim, eu paro com a política" afirma Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quinta-feira (13), em entrevista a uma rádio de Salvador, as recentes e as antigas acusações que vem sofrendo há mais de três anos por parte de setores da imprensa e do Poder Judiciário.

De acordo com ele, o mais recente episódio desta perseguição - a delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que está preso desde junho de 2015 - apenas mostra que todo a estrutura montada que tornou possível dar um golpe em 2014 na presidenta eleita Dilma Rousseff, não está disposta, agora, a permitir que Lula volte a ser candidato em 2018.

Lula disse: "Quando uma parte da elite brasileira resolveu não conviver mais com qualquer política de distribuição de renda, foi dado um golpe neste país. Quem está governando agora, está desmontando conquistas históricas da classe trabalhadora. E essas pessoas não estão fazendo tudo isso para depois permitir que o Lula volte a ser candidato em 2018."

Especificamente sobre o que afirmou Marcelo Odebrecht, o ex-presidente afirmou que"a delação precisa ser provada. Não basta o cidadão falar alguma coisa, tem que provar. Continuo desafiando qualquer empresário brasileiro a provar que o Lula pediu dinheiro, ou pediu para alguém pedir no nome dele. O dia que alguém provar um erro (de moral) meu, eu paro de fazer política."


As condições como foram obtidas as declarações de Marclo Odebrecht, e o conluio entre setores da imprensa e do Poder Judiciário, de acordo com Lula, podem explicar melhor  teor das falsas acusações que recebe. "Eu até compreendo que o Marcelo Odebrecht, que está preso há dois anos, comendo o pão que o diabo amassou, talvez esteja tentando criar condições para sair da cadeia. Mas são tão inverossímeis as acusações, que não vou rir nem chorar, vou analisá-las todas e cada página do processo para poder me preparar para, no dia 3 de maio, responder às pessoalmente às acusações".

O ex-presidente se refere a depoimento que dará em frente ao juiz de primeira instância Sérgio Moro, em Curitiba, em processo de é reú pela suposta propriedade de um apartamento do Guarujá que não está nem nunca esteve em seu nome, no qual só esteve presente uma vez, quando ainda estava em fase de construção. "Mas isso tudo me fortalece, porque as acusações são muito descabidas. Eu vi um cidadão dizer que a Odebrecth dava R$ 5 mil por mês para meu irmão. Me acusaram de ter um apartamento que não é meu. Eu sou acusado de uma reforma de um sítio em Atibaia que não é meu. Eles inventaram mentiras e não sabem como sair delas. A Globo passou três anos dizendo que o apartamento era meu durante. Agora, eles não têm como dizer que não é".

Finalmente, Lula afirmou que o país não pode seguir vivendo algo próximo a "uma ditadura de um pequeno grupo do Poder Judiciário". "Só não podemos ficar subordinados a uma ditadura de um pequeno grupo do Poder Judiciário. Não é possível. Estamos sendo governados lá de Curitiba, não tem sentido isso. Não está correto paralisar o país por conta de uma investigação", afirmou o ex-presidente.
Créditos: Lula.com

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