domingo, 9 de novembro de 2014

Dilma: “Não vou fazer o arrocho que eles falaram”

Em oito linhas de uma postagem em sua página no Facebook, a presidente Dilma Rousseff deixou reverberando neste final de semana um de seus mais diretos posicionamentos sobre os parâmetros da política econômica que pretende implementar em seu segundo mandato. Num sinal de irritação com interpretações de que estaria deixando de lado promessas eleitorais desenvolvimentistas para ceder à ortodoxia da retração econômica, ela foi clara o suficiente para poder ser cobrada por qualquer contramarcha no rumo escolhido:
- Eu não estou falando que vou fazer o arrocho que eles falaram, escreveu Dilma. - Pelo contrário, estou dizendo que vou manter o emprego e a renda, prosseguiu.
No parágrafo inicial, a presidente mostrou-se preocupada em soterrar os boatos de que, no combate à inflação, estaria disposta a mexer, para cima, na meta de 4,5% para os próximos anos. Desse modo, segundo os boateiros, o governo ganharia elasticidade para cantar vitória mesmo com uma taxa maior nos preços aos consumidor.
- Eu pretendo reduzir a inflação e não e meta de inflação, cravou ela. "São coisas distintas". Neste combate, Dilma reiterou que não quer sacrificar a população:
- (Quero) fazer uma política de inflação que leva em conta o fato de que nós não vamos desempregar neste país.
E acentuou: - Ponham na cabeça isso.
Inspirada, ela não se furtou nem mesmo a atacar a proposta de 'choque de gestão' que foi repetida, ao longo de toda a campanha presidencial, pelo candidato Aécio Neves, do PSDB.
- Tampouco concordo com choque de gestão. Eu sei o estelionato que choque de gestão é, finalizou, jogando após a última frase um símbolo de estar confiante em seu próprio sucesso.
No momento em que estuda um novo nome para comandar a política econômica, na posição de ministro da Fazenda para o seu segundo mandato, a manifestação de Dilma soa como uma pequena carta de princípios. A presidente afirmou, em resumo, que trabalha com a ideia de, se necessário, promover até mesmo um pouso suave da economia, mas não aceita qualquer hipótese de retrocesso em conquistas como o nível de emprego e a  elevação ano a ano do salário mínimo. A linha geral, portanto, está dada e reafirmada. A questão parece ser a de, 'apenas', descobrir como fazer.
Créditos: Brasil 247

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