sábado, 25 de abril de 2015

Alimentação, não exercício, é a chave para combater obesidade

A actividade física regular reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e algumas formas de cancro em até 30%, escrevem os investigadores no British Journal of Sports Medicine.
Os especialistas dizem querer desfazer o que chamam de «mitos» sobre o exercício físico e a obesidade. A actividade física não promove a perda de peso, argumentam.
O texto, assinado por três especialistas da Grã-Bretanha, EUA e África do Sul, responsabiliza o problema da obesidade no elevado consumo de açúcar e hidratos de carbono nas dietas modernas.
E ataca a indústria alimentar por incentivar a percepção equivocada de que o exercício possa compensar os efeitos negativos da má alimentação.
A Coca-Cola, que gastou 3,3 mil milhões de dólares em publicidade em 2013, empurra a mensagem de que 'toda a caloria vale'; associam os seus produtos com o desporto, sugerindo que é aceitável consumir as suas bebidas desde que se faça exercício, escrevem.
A ciência diz-nos que isto é enganoso e equivocado. O que é crucial é a origem das calorias. As calorias do açúcar promovem depósitos de gordura e fome. As calorias da gordura promovem saciedade.
Os cientistas dizem que até 40% dos indivíduos com peso considerado normal enfrentarão anormalidades metabólicas associadas com a obesidade por causa de hábitos alimentares inadequados. Também observam que a obesidade representa «apenas a ponta do icebergue» dos efeitos adversos da má alimentação na sociedade.
Segundo o relatório sobre o peso global das doenças da (publicação científica) Lancet, uma dieta pobre já gera mais doenças que a inactividade física, o álcool e o tabaco juntos.
Para o cardiologista Aseem Malhotra, da Academy of Medical Royal Colleges, na Grã-Bretanha - um dos médicos que assina o artigo - «uma pessoa obesa não precisa de fazer nenhum exercício para perder peso, só precisa de comer menos».
A minha maior preocupação é que a mensagem que está a ser transmitida ao público sugere que você pode comer o quanto quiser, desde que faça exercício físico.
Isto não tem base científica. Não se pode compensar os efeitos de maus hábitos alimentares com exercício.
Créditos: Diario Digital

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