domingo, 19 de agosto de 2012

Ocidente não está disposto a ajudar a Rússia e estabelecer armistício na Síria


Síria, ONU, grupo de ação, EUA, RússiaOs parceiros ocidentais da Rússia no Grupo de ação para a Síria não estão dispostos a ajudá-la a estabelecer o armistício nesse país.

O encontro marcado para a sexta-feira com a participação de representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, da Turquia, Iraque, Kuwait, Qatar e UE foi adiado por tempo indeterminado.
O encontro foi proposto pela Rússia na ONU a nível de embaixadores. Ela também preparou um projeto de declaração, em que formulou suas iniciativas: exortar as partes em conflito a estabelecer prazos curtos de cessar fogo e exigir delas a nomeação de representantes plenipotenciários para manter conversações de paz.
Alguns membros do Grupo de ação expressaram a disposição de ir ao encontro e debater o documento russo. Os representantes ocidentais do Grupo de ação disseram que não estão prontos para isso. Foram citados diferentes argumentos e pretextos. Quais – o organizador do encontro, representante permanente da Rússia junto à ONU, Vitali Tchurkin – não disse. Pelo visto por considerações éticas. No entanto a reação do Ocidente à iniciativa russa é bastante clara – considera Andrei Volodin – dirigente do centro de pesquisas orientais da Academia diplomática do Ministério das Relações Exteriores da Rússia:
"Agora os EUA e seus aliados menores – França e Grã-Bretanha – enganam a comunidade mundial. E depois a comunidade mundial descobrirá inesperadamente que foi enganada e começará a despertar bruscamente. Por isso é necessário continuar os esforços para solucionar o conflito sírio, como o fazem os diplomatas da Rússia, China e seus aliados mais próximos."
O Ocidente não respondeu à iniciativa da Rússia de mais uma vez pressionar ambas as partes do conflito sírio, porque conduz seu jogo na Síria. Ele aumenta o apoio militar à oposição para derrubada das autoridades legais na Síria. Nesta semana a secretária de estado norte-americana Hillary Clinton praticamente fez uma tentativa de formar nova coalizão anti-síria com a participação da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Turquia. . Em regime de teleconferência eles coordenaram medidas para ajuda complementar à oposição síria. Os combatentes para a derrubada do regime de Bashar al-Assad receberão do exterior armas, munições e novos grupos de mercenários. Há um ano o mesmo foi feito para a derrubada do dirigente da Líbia, Muammar Kadhafi – assinalou neste sentido o especialista do Instituto de Estudos orientais da Academia de Ciências da Rússia, Boris Dolgov:
"É um franco desejo de repetir o roteiro líbio. Aliás, recentemente Clinton falou também da possibilidade de introdução de zona proibida para voos. E isto é exortação à ingerência armada de fato nos assuntos da Síria."
Aliás, nesta semana uniram-se aos mercenários estrangeiros, que ajudam a oposição armada a derrubar Bashar al-Assad, dois conhecidos comandantes de campo da Líbia. Eles comandaram os destacamentos de assalto, que atacaram o palácio presidencial de Muammar Kadhafi em Tripoli.
Na sexta-feira o canal de televisão Al Arabiya, citando fonte dos EUA, informou que a oposição síria recebeu 14 conjuntos móveis de mísseis antiaéreos Stinger. Eles foram levados do território da Turquia. A mesma fonte informou que tanto os EUA como a Turquia sabem desses fornecimentos. Sendo que o financiamento parte, provavelmente, da Arábia Saudita. O especialista do centro petersburguense de estudo do Oriente Médio, Alexander Sotnitchenko, adverte: a brincadeira com fogo do Ocidente queimará a Síria e não a voltará para o caminho da democracia:
"As enormes e constantes injeções financeiras na oposição síria no final das contas fará com que Bashar al-Assad seja obrigado a deixar seu cargo. Mas então a Síria transformar-se-á totalmente em zona de operações de guerra, começará lá uma verdadeira guerra civil."
No entanto o roteiro de ingerência externa de força para a solução da crise síria não encontrou apoio suficiente na cúpula da Organização de Cooperação Islâmica. Isto foi reconhecido pelo secretário geral da organização Ekmeleddin Ihsanoglu.
Na sexta-feira o cargo de emissário da ONU e da Liga Árabe para a solução do conflito na Síria, foi ocupado pelo diplomata argelino Lakhdar Brahimi. Ele deverá continuar o trabalho de Kofi Annan, que se demitirá no final agosto. Em Moscou esperam que Lakhdar Brahimi participe também dos trabalhos do Grupo de ação para a Síria.

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