quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Síria: As armas químicas como último argumento


Síria armamentos químicos armas químicas Síria Barack Obama Mitt RomneyO presidente dos Estados Unidos advertiu que Damasco sofrerá “consequências enormes” não apenas em caso de utilizar armas químicas, mas também se for registrada uma“movimentação ameaçadora” destas armas.É evidente que as palavras de Obama não se destinam a Assad, salienta o politólogo Igor Khokhlov:

“Obama trabalha em regime de corrida pré-eleitoral, tendo como tarefa principal ser reeleito. As suas declarações agressivas são dirigidas principalmente não tanto a Damasco, quanto ao eleitorado, impressionado com a dureza de seu concorrente, Mitt Romney”.
Segundo os serviços secretos dos EUA, as armas químicas e biológicas sírias estão armazenadas em seis arsenais e próximo de três deles decorrem combates intensos. Substâncias tóxicas como o sarín, VX, gás mostarda e bacilos de antraz maligno são mantidas em reservatórios subterrâneos. Não se pode excluir que agrupamentos extremistas se apoderem destas substâncias perigosas. Caso isso aconteça, estas armas podem posteriormente vir a ser onde quer que seja – no Cáucaso do Norte, na Europa ou nos Estados Unidos, escreve Igor Khokhlov.
Já na opinião de Igor Korotchenko, “este é um cenário mítico, inventado pelos EUA para justificar uma intervenção armada. A meu ver, as armas químicas são controladas pelo governo da Síria, que não admitirá suas movimentações descontroladas”.
No pano de fundo da escalada do conflito sírio, em meios de comunicação social ocidentais apareceram afirmações de que a Rússia, antigo parceiro de Damasco, teria fornecido em tempos à Síria não apenas armas convencionais, mas também químicas. Moscou desmente estas declarações. Fala o chefe adjunto do Departamento Federal para Armazenamento Seguro e Destruição de Armas Químicas, coronel Vladimir Mandych:
“A Síria tem armas químicas de produção russa porque estas não foram levadas para fora do território da Rússia”.
Entretanto, a Turquia e Israel efetuam manobras, preparando-se para repelir um eventual ataque químico. Cresce também a tensão nas relações entre Damasco e Ancara. Ao saber que a Turquia forneceu mísseis terra-ar americanos Stinger aos rebeldes sírios, as autoridades da Síria prometem em resposta entregar semelhantes mísseis aos separatistas curdos, se for fornecido mais um lote de Stingers. Ancara adverte que começará uma guerra. Peritos ocidentais sustentam que, se Bashar Assad for afastado do poder, de uma forma ou de outra, será necessário, no pior cenário, introduzir na Síria até 60 mil militares, para guardar os arsenais.
Nesta situação, muito depende do bom senso das partes, inclusive da disposição de Damasco de recorrer a armas químicas como ao último argumento. Em tempos, a Síria assinou, sem ratificar, a Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas, mas, em conjunto com Angola, Coreia do Norte, Somália e Egito, não aderiu a um documento análogo sobre a proibição de armas químicas e, formalmente, nada a impede de usá-las.
Voz da Rússia.

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