O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) aceitou na tarde desta quinta-feira renunciar à candidatura a prefeito de Osasco, na Grande São Paulo, e o anúncio oficial deve ser feito na sexta, informaram fontes do PT à Reuters.
João Paulo foi condenado pela maioria dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento da ação penal do chamando mensalão.
Apesar de a decisão ser, em tese, reversível, já que os ministros mudem seus votos antes do final do julgamento, as chances de que isso ocorra são muito baixas. Nove ministros votaram pela condenação de corrupção passiva, contra dois votos pela absolvição.
O deputado é acusado no processo de receber 50 mil reais da agência SMP&B, de Marcos Valério, que tinha interesse em contratos com a Câmara dos Deputados, à época presidida por João Paulo.
Na quarta, petistas já defendiam que João Paulo renunciasse para poupar o partido e abrir espaço para um "plano B" em Osasco. Na manhã desta quinta, um ministro petista afirmou à Reuters que já não havia "condições" para a manutenção da candidatura --nem para a permanência dele como deputado na Câmara Federal.
A situação do candidato ficou ainda pior na tarde desta quinta, quando o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, último a votar no trecho da ação que trata de irregularidades na Câmara dos Deputados e no Banco do Brasil, garantiu maioria favorável à condenação de João Paulo também por lavagem de dinheiro --considerada uma condenação ainda mais grave por advogados de defesa.
O parlamentar foi absolvido do segundo ato de peculato, referente à contratação da empresa de comunicação IFT.
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