quarta-feira, 4 de julho de 2012

Por unanimidade, CCJ do Senado aprova pedido de cassação de Demóstenes


Agora, decisão sobre a perda de mandato do senador por elo com o bicheiro Cachoeira vai a plenário na próxima quarta-feira

 A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta nesta quarta-feira por unanimidade - foram 22 votos favoráveis e nenhum contrário - o relatório que pede a casssação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por ligação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro, acusado de envolvimento em jogos ilegais. Com a decisão, o processo segue para o plenário do Senado e deve ser votado - em votação secreta - no plenário do Senado na próxima quarta-feira, 11. Para cassá-lo, serão necessários 41 dos 81 votos dos senadores. O senador Pedro Taques (PDT-MT), relator na CCJ, defendeu que o processo de cassação não teve qualquer vício na tramitação. No parecer lido ao longo de mais de uma hora na comissão, Taques concluiu que o caso está pronto para ser votado no plenário da Casa. Na semana passada, oConselho de Ética aprovou por unanimidade o pedido para cassá-lo. 

Demóstenes não foi à reunião, sendo representado por seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro. Kakay, como é conhecido, insistiu na tese de que os senadores iriam cassar um colega com base em prova ilegal e disse que foi violado o foro privilegiado porque o senador goiano foi investigado por três anos pela Justiça de primeira instância, e não pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Coube ao relator do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), rebater o advogado de Demóstenes. Costa disse que jamais usou no seu voto, favorável à cassação, "qualquer informação que não tivesse sido admitida pelo senador". O relator do conselho afirmou que os fatos contra o senador goiano são "absolutamente claros, consistentes e indefensáveis".
Até a decisão final, o senador Demóstenes promete fazer discursos de defesa na tribuna do plenário. No primeiro, na última segunda-feira, o parlamentar pediu desculpas a cada um de seus colegas. Ele também disse ser vítima de um processo de difamação provocado pelo vazamento de conversas gravadas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo.(iG)

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